TRADUÇÃO DO CONHECIMENTO NO PLANEJAMENTO DA ALTA HOSPITALAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA

RESUMO

Objetivo:

relatar a experiência de tradução do conhecimento no planejamento da alta hospitalar para a continuidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde.

Método:

relato de experiência de um projeto de extensão em formato de workshop com 29 enfermeiros de hospitais no Sul do Brasil, realizado de Maio a Agosto de 2022. Estruturou-se a extensão seguindo o modelo conceitual Ciclo do Conhecimento à Ação, dividindo-se em quatro fases: 1: planejamento e organização; 2) bloco teórico; 3) bloco prático; e 4) monitoramento do uso do conhecimento. Na fase 4, seis participantes responderam ao questionário virtual, disponibilizado um ano após o workshop.

Resultados:

na fase 1, foram desenvolvidos produtos em PowerPoint, manual e organização do ambiente virtual de aprendizagem. Na fase 2, foram realizados quatro encontros por meio de aulas expositivas dialogadas e metodologias ativas. Na fase 3, os enfermeiros realizaram um miniprojeto com ações voltadas para a alta hospitalar e pautadas na sua realidade profissional. Na última fase, o workshop contribuiu para a ampliação do conhecimento acerca do planejamento da alta hospitalar e provocou mudanças, mesmo que pontuais, na prática para uma alta hospitalar mais segura.

Conclusão:

o uso do modelo Ciclo do Conhecimento à Ação para a tradução do conhecimento por meio da ação de extensão demonstrou ser uma estratégia pertinente ao possibilitar a transposição do conhecimento científico aos enfermeiros e provocar mudanças individuais e em suas práticas profissionais. O modelo também pode ser replicado para outros contextos.

DESCRITORES:
Alta do paciente; Ciência translacional biomédica; Continuidade da assistência ao paciente; Enfermagem; Prática clínica baseada em evidências; Relações comunidade-instituição

ABSTRACT

Objective:

to report on the experience of translating knowledge into hospital discharge planning for continuity of care in the Health Care Network.

Method:

experience report of an extension project in workshop format with 29 nurses from hospitals in southern Brazil, held from May to August 2022. The extension was structured according to the conceptual model Cycle from Knowledge to Action, divided into four phases: 1) planning and organization; 2) theoretical block; 3) practical block; and 4) monitoring knowledge use. In phase 4, six participants answered the virtual questionnaire, which was made available a year after the workshop.

Results:

in phase 1, PowerPoint products, a manual and the organization of the virtual learning environment were developed. In phase 2, four meetings were held using dialogued lectures and active methodologies. In phase 3, the nurses carried out a mini-project with actions aimed at hospital discharge and based on their professional reality. In the last phase, the workshop contributed to expanding knowledge about hospital discharge planning and provoked changes, even if only specific ones, in practice for safer hospital discharges.

Conclusion:

the use of the Cycle of Knowledge to Action model for the translation of knowledge through outreach action proved to be a relevant strategy in enabling the transposition of scientific knowledge to nurses and provoking individual changes and changes in their professional practices. The model can also be replicated in other contexts.

DESCRIPTORS:
Patient discharge; Biomedical translational science; Patient care continuity; Nursing; Evidence-based clinical practice; Community-institution relations

RESUMEN

Objetivo:

relatar la experiencia de traducir conocimientos en la planificación del alta hospitalaria para la continuidad de los cuidados en la Red de Atención a la Salud.

Método:

relato de experiencia de un proyecto de extensión en formato workshop (taller) con 29 enfermeros de hospitales del Sur de Brasil, realizado de Mayo a Agosto de 2022. La extensión se estructuró siguiendo el modelo conceptual Ciclo del Conocimiento a la Acción, dividiéndose en cuatro etapas: 1) planificación y organización; 2) bloque teórico; 3) bloque práctico; y 4) monitoreo del uso del conocimiento. En la etapa 4, seis participantes respondieron al cuestionario virtual, disponible un año después del workshop.

Resultados:

en la etapa 1 se desarrollaron productos PowerPoint, manual y organización del ambiente virtual de aprendizaje. En la etapa 2 se realizaron cuatro encuentros a través de clases expositivas dialogadas y metodologías activas. En la etapa 3, los enfermeros realizaron un microproyecto con acciones dirigidas al alta hospitalaria y basadas en su realidad profesional. En la última etapa, el taller contribuyó a ampliar el conocimiento sobre la planificación del alta hospitalaria y provocó cambios, aunque puntuales, en la práctica para un alta hospitalaria más segura.

Conclusión:

el uso del modelo del Ciclo del Conocimiento a la Acción para la traducción de conocimientos a través de acciones de extensión resultó ser una estrategia relevante para permitir la transposición de conocimientos científicos a los enfermeros y provocar cambios a nivel individual y en las prácticas profesionales. El modelo también se puede replicar en otros contextos.

DESCRIPTORES:
Alta del paciente; Ciencia traslacional biomédica; Continuidad de la atención al paciente; Enfermería; Práctica clínica basada en la evidencia; Relaciones comunidad-institución

INTRODUÇÃO

O planejamento da alta hospitalar é uma importante ação para a transição do cuidado e promoção da continuidade do cuidado, visto que possibilita a elaboração de um plano individualizado e assegura que os pacientes deixem o hospital no momento apropriado e com cuidados pós-alta organizados conforme suas necessidades1^-2.

O planejamento da alta repercute em ligeiras melhoras na redução do tempo de internação hospitalar3, nas readmissões hospitalares3^-4 e na satisfação do paciente com os cuidados de saúde recebidos3. Porém, no Brasil, não é comum que o planejamento da alta seja realizado durante a internação do paciente, sendo oferecidas apenas orientações pontuais no dia da alta, com pouco envolvimento dos enfermeiros5^-6. Estudos nacionais indicam que, dentre os elementos para uma transição segura do hospital para o domicílio, está o plano de cuidados; entretanto, é o que apresenta os menores escores em avaliações na perspectiva de pacientes7^-8.

Assim, evidencia-se a necessidade de implementação de estratégias para garantir uma transição segura do hospital para o domicílio, incluindo o aprimoramento de práticas de planejamento de alta nos processos de trabalho dos profissionais, bem como nas políticas de saúde do país7^-8. Para tanto, urge a demanda de desenvolver tradução do conhecimento, tornando os resultados de pesquisa acessíveis a potenciais usuários e aplicando o conhecimento científico na tomada de decisão informada e na implementação de mudanças na prática clínica e nas políticas de saúde.

A tradução do conhecimento refere-se a um processo interativo e dinâmico, que inclui síntese, disseminação, intercâmbio e aplicação ética e fundamentada do conhecimento9. Abarca a interação entre vários atores e a aplicação em diferentes cenários10, com o propósito de melhorar a saúde, fornecer serviços de saúde e produtos mais eficientes, ao mesmo tempo, repercute amplamente sobre o sistema de saúde em termos de excelência e sustentabilidade11. Na literatura há diversos modelos conceituais de tradução do conhecimento, sendo o “Knowledge-to-Action Cycle” (Ciclo do Conhecimento à Ação) um dos mais utilizados12.

Nesse sentido, desenvolveu-se uma atividade de tradução do conhecimento, por meio de projeto de extensão universitária, em formato de workshop com enfermeiros de diferentes serviços de saúde. Este estudo objetiva relatar a experiência de tradução do conhecimento no planejamento da alta hospitalar para a continuidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde.

MÉTODO

Trata-se de um relato de experiência sobre o desenvolvimento do projeto de extensão intitulado "Workshop sobre Planejamento da Alta Hospitalar: estratégia para a continuidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde", coordenado por duas docentes de uma universidade pública do sul do Brasil. A extensão universitária foi realizada como uma estratégia de tradução do conhecimento ao término de um projeto integrado de pesquisa intitulado "Integração de sistemas e serviços de saúde: análise da coordenação das redes de atenção, transição do cuidado e segurança do paciente", a partir da necessidade de conscientizar os usuários do conhecimento da temática sobre os resultados do estudo e engajar a implementação de novas práticas em serviços de saúde. Assim, o projeto de extensão que originou este relato de experiência teve como objetivo capacitar enfermeiros para a implementação do planejamento da alta hospitalar, provendo informação apropriada, acessível e resumida das evidências sobre o tema e assessorando no planejamento de ações a serem implementadas nos serviços.

Adotou-se o modelo conceitual Ciclo do Conhecimento à Ação, em que o ciclo de criação do conhecimento é subdivido em três fases e o ciclo de ação é composto por sete etapas, conforme apresentado no círculo da Figura 1. Destaca-se que essas etapas são interativas e ocorrem muitas vezes de forma sobreposta ou fora da ordem12. A extensão universitária foi organizada distribuindo os componentes desse modelo conceitual em quatro fases, conforme indica a Figura 1.

Figura 1 -
Fases do projeto de extensão, conforme o Ciclo do Conhecimento à Ação. Porto Alegre, RS, Brasil, 2021. Fonte: Adaptado de Graham, Logan, Harrison, Straus, Tetroe, Caswell, et al. (2006)12.

A primeira fase compreendeu o período de planejamento e organização do workshop, de novembro de 2021 a março de 2022. A segunda e a terceira fase compreenderam a execução do workshop (maio de 2022 a agosto de 2022) e a quarta, o acompanhamento dos participantes após a realização do workshop (março de 2024 a maio de 2024).

Na segunda e terceira fase do workshop o público alvo foi constituído por enfermeiros que atuavam na gestão ou assistência do âmbito hospitalar. Os critérios de inclusão foram: ser enfermeiro; trabalhar em instituição hospitalar em cargos de gestão ou assistenciais. O recrutamento ocorreu por meio de convite via card contendo objetivo, cronograma e conteúdo abordado nos encontros, bem como o link para inscrição, divulgado nas redes sociais (Instagram® e WhatsApp®). Dos 109 inscritos no workshop, 60 foram selecionados por corresponder aos critérios de inclusão. Participaram dos encontros 52 enfermeiros, sendo que 29 tiveram participação igual ou maior que 75%. Os participantes pertenciam aos três estados do Sul do Brasil.

Na quarta fase do workshop foram convidados os enfermeiros que totalizaram a carga horária mínima (75%) a responder um questionário online após um ano de execução do workshop para monitoramento do uso do conhecimento adquirido. O critério de exclusão foi não atuar na Enfermagem após a realização do workshop. Nessa etapa, foi enviado por e-mail um convite para participar do estudo, o qual continha o objetivo da pesquisa e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Após o convite, foram enviados três lembretes, com intervalo de 15 dias, tendo o retorno de seis enfermeiros. Após a concordância dos participantes com o TCLE, os dados foram coletados virtualmente, nos meses de março a maio de 2024, por meio de um questionário no Google Forms, composto por perguntas fechadas para a caracterização dos participantes e perguntas abertas que abordaram as contribuições do workshop para a prática profissional e a aplicação dos conhecimentos adquiridos na prática. Os dados obtidos na fase quatro foram analisados mediante análise de conteúdo13, desenvolvendo-se em três fases: pré-análise; exploração do material; tratamento dos dados; e interpretação. Para garantir o anonimato, as participantes da fase quatro foram identificadas pela letra P seguida de um número cardinal em ordem crescente à medida que os questionários foram recebidos.

Para a descrição deste relato de experiência, os resultados foram organizados conforme as quatro fases do Ciclo do Conhecimento à Ação que abarcam o desenvolvimento do workshop. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e na Comissão de Extensão da mesma instituição.

RESULTADOS

Primeira fase: planejamento e organização do workshop

O planejamento e organização do workshop foram realizados no período de novembro de 2021 a abril de 2022 e abarcou o ciclo de criação do conhecimento do modelo conceitual. Inicialmente, utilizaram-se as cinco perguntas recomendadas pelos autores do modelo¹² ao se planejar as atividades para atender às necessidades dos potenciais utilizadores do conhecimento, conforme indicado no Quadro 1.

Quadro 1 -
Planejamento do projeto de extensão. Porto Alegre, RS, Brasil, 2021.

Perguntas	Respostas adaptadas para planejamento do projeto de extensão
O que deve ser divulgado?	Contribuição do planejamento de alta para a continuidade do cuidado e estratégias de fortalecimento da atuação do enfermeiro no processo de alta em serviços de saúde.
Para quem?	Enfermeiros gestores e assistenciais de serviços hospitalares.
Por quem?	Professoras pesquisadoras com expertise acadêmica e enfermeiros com experiência prática na temática.
Como?	Workshop interativo, com atividades teóricas e práticas, possibilitando troca de experiências entre formuladores e utilizadores do conhecimento.
Com que efeito?	Mudança no conhecimento ou prática de enfermeiros no processo de alta hospitalar e implementação do planejamento da alta em hospitais.

Para averiguação e síntese do conhecimento existente, utilizaram-se estudos resultantes do projeto integrado de pesquisa, outras produções relevantes sobre o tema2^,6^,14^-17 e estudos recentes de revisão18^-20. O saber destes materiais foi refinado e serviu de base para a construção dos módulos educacionais a serem utilizados no workshop. O propósito foi tornar o conhecimento científico em um formato mais acessível, coeso e útil para os participantes, explicitando recomendações para desenvolvimento de melhorias nos processos de alta hospitalar e facilitando o uso de evidências na tomada de decisão. Foram elaboradas ferramentas em formato PowerPoint e manual, bem como foi organizado ambiente virtual de ensino e aprendizagem na plataforma Moodle Acadêmico.

Segunda fase: bloco teórico do workshop

O bloco teórico foi constituído por uma carga horária de 15 horas e teve como objetivo instrumentalizar os participantes sobre o planejamento da alta hospitalar e a continuidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde. As etapas de identificação do problema, determinação das lacunas entre o saber e fazer e adaptação do conhecimento ao contexto local, referentes ao Ciclo do Conhecimento à Ação12, foram desenvolvidas de modo alternado, em atividades síncronas e assíncronas do workshop.

As atividades síncronas consistiram em quatro encontros semanais de duas horas, em formato remoto via Google Meet, utilizando aulas expositivas dialogadas e metodologias ativas de aprendizagem. Ferramentas interativas e colaborativas, como uso de vídeos, nuvem de palavras e mural colaborativo foram usadas. O conteúdo abordado, bem como a etapa correspondente do Ciclo do Conhecimento à Ação em cada encontro são mostrados na Figura 2.

Figura 2 -
Descrição dos encontros do Workshop. Porto Alegre, RS, Brasil, 2021.

Ao fim do último encontro do bloco teórico foi lançada a seguinte pergunta ao grupo: a partir do que discutimos hoje, o que você faria diferente amanhã? Essa pergunta gerou discussões sobre os recursos disponíveis para utilização das recomendações científicas nos locais de trabalho dos participantes.

As atividades assíncronas tiveram como objetivo aprofundar o conhecimento abordado em cada encontro síncrono. As docentes disponibilizaram na plataforma Moodle Acadêmico artigos científicos e vídeos ao fim de cada encontro.

Terceira fase: bloco prático do workshop

O bloco prático teve carga horária de cinco horas e objetivou exercitar os conhecimentos obtidos no bloco teórico e avaliar as barreiras e os facilitadores para uso do conhecimento na realidade prática dos enfermeiros, estimulando a adaptação de estratégias de planejamento de alta e sua implementação de intervenções nos seus processos de trabalho, correspondendo a duas etapas do Ciclo do Conhecimento à Ação. Propôs-se a elaboração de um miniprojeto para o local de atuação dos participantes, com possíveis ações para alta hospitalar com vistas à continuidade do cuidado na RAS.

Os participantes foram divididos em 15 grupos conforme o seu local de atuação. Para cada grupo foram realizados dois encontros remotos síncronos de duas horas cada, tendo as docentes como mediadoras. Por meio do brainstorming, os grupos foram estimulados a identificar as potencialidades e dificuldades em relação à alta hospitalar de acordo com o seu contexto profissional, mapeando fluxos, recursos internos e recursos externos e, ainda, identificando os elementos prioritários e essenciais para delimitação do objetivo e ações do miniprojeto. Foram disponibilizados modelos de miniprojeto e de ferramentas de gestão (Matriz 5W2H), que foram construídos na etapa de planejamento da extensão, para que os participantes pudessem estruturar o planejamento das suas ações.

Cada grupo trabalhou segundo a sua experiência acerca do planejamento da alta hospitalar e do conhecimento obtido por meio do bloco teórico. A condução da elaboração dos miniprojetos foi desafiadora, uma vez que houve uma variedade de temas desenvolvidos, incluindo a elaboração de planos de alta estruturados, materiais educativos para pacientes e familiares, bem como melhorias de processos já instituídos, com o monitoramento de indicadores de qualidade e o registro da data de previsão de alta em instrumento de passagem de plantão de enfermagem. Ao final do workshop, os grupos apresentaram seus miniprojetos, sendo um momento de colaboração e discussão de diferentes formas apropriadas e factíveis ao contexto local.

Quarta fase: monitoramento do uso do conhecimento

Um ano após a realização do workshop, realizou-se o monitoramento do uso do conhecimento adquirido pelos participantes. Participaram desta fase seis enfermeiras do sexo feminino, com idade entre 32 e 52 anos. Duas possuíam mestrado, três doutorado e uma especialização. Cinco enfermeiras eram do Rio Grande do Sul e uma de Santa Catarina. Quanto ao cargo ocupado pelas profissionais no momento da coleta, duas atuavam na gestão, duas na assistência e duas no ensino.

A partir da análise dos dados emergiu a categoria: Contribuições do workshop para os enfermeiros e sua prática profissional.

O workshop proporcionou ampliação do conhecimento dos enfermeiros sobre as ações de planejamento da alta hospitalar por meio da familiarização com as práticas executadas em hospitais que possuíam serviços estruturados de gestão de alta hospitalar coordenadas por enfermeiros e, ainda, através do intercâmbio de experiências interprofissionais.

[...] agregou em conhecer as práticas das enfermeiras de ligação de outras instituições (P1).

[...] o workshop contribuiu para identificar oportunidades de ações que os enfermeiros podem desenvolver no serviço hospitalar para melhorar a transição do cuidado na alta hospitalar, [...] também foi interessante a interação com profissionais de outros serviços para conhecer o que já vem sendo desenvolvido na prática e a interface com a teoria (P5)

[...] com a troca de experiência que tivemos durante o curso, e principalmente com colegas enfermeiras de hospitais que diariamente nossos pacientes são transferidos, pude entender essa dinâmica de trabalho e planejar melhor esse processo (P4).

[...], aprimoramento do conhecimento sobre a continuidade do cuidado, interação com os colegas por meio da modalidade de ensino adotada no workshop. [...] o workshop me permitiu ampliar o conhecimento e compartilhar em sala de aula [...] (P6).

Nem todos os enfermeiros colocaram em prática os conhecimentos adquiridos durante o workshop e a proposta desenvolvida no bloco prático, por motivos como déficit de recursos humanos e dependência de outros colegas.

[...] não [foi implementada a proposta do miniprojeto]. Porque dependia de ações de colegas do próprio local de ação, que foi a maternidade (P2).

[...] foi implantado [a proposta do miniprojeto], mas não foi possível manter devido ao acentuado déficit de recursos humanos no hospital (P3).

Entretanto, constatou-se a implementação de diferentes ações voltadas para uma alta responsável e também o debate sobre elementos essenciais da transição do cuidado.

[...] diariamente [utilizo os conhecimentos do workshop]. Principalmente nos rounds multiprofissionais em que focamos na definição das condutas pós-alta (P3).

[...] estão sendo utilizados para uma alta hospitalar mais segura. Aprimoramos o projeto e feedback do Núcleo Interno de Regulação, onde orientamos e passamos informações para os pacientes e seus familiares sobre o andamento do Gerenciamento de internações hospitalares (P4).

[...] consigo discutir com os gestores e equipe multidisciplinar do hospital sobre a análise da transição realizada e oportunidades de qualificação, dentro das condições do serviço [...] e sobre um protocolo de desospitalização que está em fase de construção para implantação no serviço e sugerir pontos importantes, como a avaliação e acompanhamento pós-alta (P5).

DISCUSSÃO

As discussões acerca da tradução do conhecimento têm recebido destaque no país e na América Latina. Ainda que seja frequente o interesse em produzir conhecimento para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos no Sistema Único de Saúde no Brasil, observa-se que ainda são escassos os exemplos de ações de tradução do conhecimento desenvolvidas nas universidades e serviços de saúde. Porém, há diversos modelos internacionais que podem facilitar a aplicação do conhecimento na prática, sendo necessário escolher o que melhor se ajuste ao contexto de cada estudo e serviço11.

A escolha de realizar a ação de tradução do conhecimento por meio de um projeto de extensão deu-se pelo compromisso da universidade em compartilhar com o público externo o conhecimento adquirido por meio do ensino e da pesquisa desenvolvidos na instituição. Experiência semelhante foi relatada em um projeto extensionista em que se realizou ação de tradução do conhecimento sobre urgência e emergência a partir da disseminação e trocas de conhecimentos entre profissionais de Enfermagem e professores21. Pautada no comprometimento com a modificação da realidade, a extensão universitária é um recurso utilizado no âmbito das universidades que possibilita interação entre professores, alunos e comunidade21, podendo ser uma forma inovadora de aproximar-se das demandas sociais relevantes, sintetizar evidências e auxiliar no uso do conhecimento científico na prática.

O modelo do Ciclo do Conhecimento à Ação, que foi utilizado neste estudo, tem origem canadense, sendo recomendado pela Organização Mundial da Saúde12, e empregado em variadas áreas e em diversos países, incluindo Camarões22, Índia23, Austrália24 e Estados Unidos25. O modelo é bastante abrangente e completo, seguindo etapas desde a criação do conhecimento, até sua aplicação, avaliação de resultados e manutenção12. Assim como em outra pesquisa26, este estudo utilizou algumas das etapas propostas.

A fase de planejamento do workshop abarcando o Ciclo Criação do Conhecimento foi fundamental para adaptação do conhecimento para o público alvo que iria participar da atividade, produzindo os materiais didáticos que seriam utilizados nas fases subsequentes. Esta é uma atividade importante para selecionar as evidências por meio de filtros e disponibilizar o conhecimento mais válido e útil aos usuários12.

Os blocos teórico e prático foram organizados para compor parte das etapas do ciclo de ação, possibilitando disseminação do conhecimento, adaptação para o contexto local dos participantes e seleção de intervenções. A realização em formato remoto contribuiu para ter participantes de diferentes Estados e realidades, favorecendo a troca de experiência. Além desses benefícios, autores de um estudo que realizaram um workshop virtualmente também relataram as vantagens de baixo custo, otimização de tempo, maior adesão e participação de profissionais de enfermagem27. Porém, cabe mencionar que a diversidade de experiências e realidades dos participantes dificultou a condução da construção dos miniprojetos e aprofundamento das propostas de ação às instituições de saúde. Em outra oportunidade, seria relevante desenvolver atividades em instituições específicas, conforme o contexto local e com mais engajamento das lideranças do serviço.

Na fase de monitoramento do uso do conhecimento foi identificado que o workshop ampliou o conhecimento dos enfermeiros sobre o planejamento de alta, com algumas mudanças de comportamento e práticas em nível individual e interprofissional. Entretanto, foram também observadas barreiras organizacionais, as quais impediram a implementação de ações mais coletivas, visto que dependem do interesse institucional em adotar os produtos e as recomendações geradas. Isso deixa evidente a importância do engajamento de stakeholders e tomadores de decisão das instituições para o êxito da tradução e implementação do conhecimento10^,12.

Embora as etapas de avaliação do impacto e manutenção do uso do conhecimento não tenham sido realizadas neste estudo, vislumbra-se a oportunidade de atividades futuras que possam mensurar os resultados das mudanças e propiciar reforços para manutenção das ações a médio e longo prazo. Ademais, é importante que os pesquisadores assumam o compromisso social ao assegurar que o uso do conhecimento seja sustentado, avaliado e monitorado26.

O estudo apresenta como limitação a baixa adesão dos participantes em responder o questionário da quarta fase, o que limitou a compreensão das contribuições do workshop para a prática profissional e a aplicação dos conhecimentos adquiridos após o encerramento da ação de extensão. Acredita-se que a baixa adesão foi devido ao intervalo de tempo entre a fase de tradução do conhecimento e a coleta de dados para a fase de monitoramento, portanto, o tempo entre essas fases pode ser reduzido. Apesar disso, pode-se verificar que a grande quantidade de inscritos no workshop, bem como a elevada participação de enfermeiros nos encontros, indica o interesse dos profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde em desenvolver estratégias para melhorar a alta hospitalar e continuidade do cuidado, o que é um avanço para estabelecimento de prioridades e estímulo a mudanças nas práticas dos serviços de saúde.

CONCLUSÃO

A adoção do modelo conceitual Ciclo do Conhecimento à Ação para a tradução do conhecimento por meio da ação de extensão demonstrou ser uma estratégia pertinente ao possibilitar o planejamento e sistematização dessa ação e, ainda, transpor o conhecimento científico sobre planejamento da alta e continuidade do cuidado para enfermeiros que atuam em diferentes realidades, possibilitando a ampliação do conhecimento desses profissionais sobre a temática e mudanças de comportamento e práticas ao nível individual e interprofissional.

Entretanto, barreiras organizacionais impediram a implementação de ações coletivas, demonstrando a necessidade de estratégias gerenciais para a estruturação de serviços voltados para a gestão da alta hospitalar e mudança de cultura institucional para que a alta não seja compreendida apenas como o fim da internação, mas como um processo que necessita ser planejado para promover a continuidade do cuidado na RAS. Além disso, verifica-se a iminência da construção de uma política de transição do cuidado que subsidie a implementação da gestão da alta hospitalar.

Destaca-se como contribuição deste estudo a possibilidade da utilização do modelo conceitual Ciclo do Conhecimento à Ação em outros contextos como uma forma de tradução do conhecimento, a fim de instrumentalizar profissionais que atuam na prática e, ainda, cumprir com um dos objetivos da tríade das universidades públicas federais, a ação de extensão.

AGRADECIMENTO

Agradecemos à Prof. Elizabeth Bernardino, Professora Associada da Universidade Federal do Paraná, e à Me. Jociele Gheno, enfermeira do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), por colaborarem ao ministrar palestras no workshop sobre suas experiências na Gestão de Altas do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e do Grupo Hospitalar Conceição de Porto Alegre, respectivamente.

REFERENCES

• 1. Lockwood C, Mabire C. Hospital discharge planning: Evidence, implementation and patient-centered care. JBI Evid Synth [Internet]. 2020 [cited 2024 May 24];18:(2):272-4. Available from: https://doi.org/10.11124/jbies-20-00023
  » https://doi.org/10.11124/jbies-20-00023
• 2. Lopes VJ, Souza MAR, Schwyzer I, Vasconcelos J, Dzikovicz VL, Silva IA. Participation of nurses in hospital discharge planning. J Nurs UFPE [Internet]. 2019 [cited 2024 May 24];13:4. Available from: https://doi.org/10.5205/1981-8963-v13i04a236850p1142-1150-2019
  » https://doi.org/10.5205/1981-8963-v13i04a236850p1142-1150-2019
• 3. Gonçalves-Bradley DC, Lannin NA, Clemson L, Cameron ID, Shepperd S. Discharge planning from hospital. Cochrane Database Syst Rev [Internet]. 2022 [cited 2024 May 24];2:CD000313. Available from: https://doi.org/10.1002/14651858.CD000313.pub6
  » https://doi.org/10.1002/14651858.CD000313.pub6
• 4. Kripalani S, Chen G, Ciampa P, Theobald C, Cao A, McBride M, et al. A transition care coordinator model reduces hospital readmissions and costs. Contemp Clin Trials [Internet]. 2019 [cited 2024 May 24];81. Available from: https://doi.org/10.1016/j.cct.2019.04.014
  » https://doi.org/10.1016/j.cct.2019.04.014
• 5. Souza NF, Vilhena AO, Santos MNA, Monteiro NJ. Planning of hospital discharge for patients who underwent myocardial revascularization surgery: Challenges to nurses’ performance. Cogitare Enferm [Internet]. 2020 [cited 2024 May 24];25:e71602. Available from: https://doi.org/10.5380/ce.v25i0.71602
  » https://doi.org/10.5380/ce.v25i0.71602
• 6. Oliveira LS, Costa MFBNA, Hermida PMV, Andrade SR, Debetio JO, Lima LMN. Practices of nurses in a university hospital for the continuity of care for primary care. Esc Anna Nery [Internet]. 2021 [cited 2024 May 24];25(5):e20200530. Available from: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2020-0530
  » https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2020-0530
• 7. Acosta AM, Nora CRD, Fontenele RM, Aued GK, Silveira CS, Sanseverino AX. Transition and continuity of care after hospital discharge for COVID-19 survivors. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2023 [cited 2024 May 24];57:e20230083. Available from: https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2023-0083en
  » https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2023-0083en
• 8. Tomazela M, Valente SH, Lima MADS, Bulgarelli AF, Fabriz LA, Zacharias FCM, et al. Care transition of older adults from hospital to home. Acta Paul Enferm [Internet]. 2023 [cited 2024 May 24];36:eAPE00291. Available from: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2023AO00291
  » https://doi.org/10.37689/acta-ape/2023AO00291
• 9.Straus SE, Tetroe J, Graham ID. Knowledge translation in health care: Moving from evidence to practice. 2nd ed. Hoboken, NJ(US): Wiley Blackwell; 2015.
• 10. Bezerra LCA, Felisberto E, Costa JMBS, Hartz Z. Translação do conhecimento na qualificação da gestão da vigilância em saúde: contribuição dos estudos avaliativos de pós-graduação. Physis [Internet]. 2020 [cited 2024 May 24];29(1):e290112. Available from: https://doi.org/10.1590/S0103-73312019290112
  » https://doi.org/10.1590/S0103-73312019290112
• 11. Vieira ACG, Gastaldo D, Harrison D. How to translate scientific knowledge into practice? Concepts, models and application. Rev Bras Enferm [Internet]. 2020 [cited 2024 May 24];73(5):e20190179. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0179
  » https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0179
• 12. Graham ID, Logan J, Harrison MB, Straus SE, Tetroe J, Caswell W, et al. Lost in knowledge translation: Time for a map? J Contin Ed Health Prof [Internet]. 2006 [cited 2024 May 24];26(1):13-24. Available from: https://doi.org/10.1002/chp.47
  » https://doi.org/10.1002/chp.47
• 13. Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo, SP(BR): Edições 70; 2011.
• 14. Bernardino E, Silva OBM, Gallo VCL, Vilarinho JOV, Silva OLS, Selleti JDN. Enfermeiras de ligação na gestão de altas do complexo hospital de clínicas. Enferm Foco [Internet]. 2021 [cited 2024 May 24];12(7):1. Available from: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n7.SUPL.1.5164
  » https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n7.SUPL.1.5164
• 15. Aued GK, Bernardino E, Lapierre J, Dallaire C. Liaison nurse activities at hospital discharge: A strategy for continuity of care. Rev Latino-Am Enfermagem [Internet] 2019. [cited 2024 May 24];27:e3162. Available from: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3069.3162
  » https://doi.org/10.1590/1518-8345.3069.3162
• 16. Fisher MMJB, Marcon SS, Barreto MS, Batista VC, Marquete VF, Souza RR, et al. Caring for a family member with stroke sequelae: The first days at home after hospital discharge. REME [Internet]. 2021 [cited 2024 May 24];25:e-1385. Available from: https://doi.org/10.5935/1415.2762.20210033
  » https://doi.org/10.5935/1415.2762.20210033
• 17. Aued GK, Bernardino E, Silva OBM, Martins MM, Peres AM, Lima LS. Liaison nurse competences at hospital discharge. Rev Gaúcha Enferm [Internet]. 2021 [cited 2024 May 24];42:e20200211. Available from: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2021.20200211
  » https://doi.org/10.1590/1983-1447.2021.20200211
• 18. Gheno J, Weis AH. Transição do cuidado na alta hospitalar de pacientes adultos: revisão integrativa de literatura. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2021 [cited 2024 May 24];30:e20210030. Available from: https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2021-0030
  » https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2021-0030
• 19. Menezes TMO, Oliveira ALB, Santos LB, Freitas RA, Pedreira LC, Veras SMCB. Hospital transition care for the elderly: An integrative review. Rev Bras Enferm [Internet]. 2019 [cited 2024 May 24];72(2):307-15. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0286
  » https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0286
• 20. Lima MADS, Magalhães AMM, Oelke ND, Marques GQ, Lorenzini E, Weber LAF, et al. Care transition strategies in Latin American countries: An integrative review. Rev Gaúcha Enferm [Internet]. 2019 [cited 2024 May 24];39:e20180119. Available from: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.20180119
  » https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.20180119
• 21. Rabito LBF, Rodrigues RAPWP, Fabbri F, Druzian HC, Barbosa SGR, Sanches RCN. Contribuições e repercussões de um grupo extensionista de enfermagem em urgência e emergência: relato de experiência. Rev Conexão UEPG [Internet]. 2023 [cited 2024 May 24];19(1):e2322525. Available from: https://revistas.uepg.br/index.php/conexao/article/view/22525
  » https://revistas.uepg.br/index.php/conexao/article/view/22525
• 22. White MC, Daya L, Karel FKB, White G, Abid S, Fitzgerald A, et al. Using the knowledge to action framework to describe a nationwide implementation of the WHO surgical safety checklist in cameroon. Anesth Analg [Internet]. 2020 [cited 2024 May 24];130(5):1425-34. Available from: https://doi.org/10.1213/ANE.0000000000004586
  » https://doi.org/10.1213/ANE.0000000000004586
• 23. Jain YK, Joshi NK, Bhardwaj P, Singh K, Suthar P, Joshi V. Developing a health-promoting school using knowledge to action framework. J Edu Health Promot [Internet]. 2021 [cited 2024 May 24];10:306. Available from: https://doi.org/10.4103/jehp.jehp_1139_20
  » https://doi.org/10.4103/jehp.jehp_1139_20
• 24. Makrides T, Law MP, Ross L, Gosling C, Acker J, O’Meara P. Shaping the future design of paramedicine: A knowledge to action framework to support paramedic system modernization. Australas Emerg Care [Internet]. 2023 [cited 2024 May 5];26(4):296-302. Available from: https://doi.org/10.1016/j.auec.2023.03.002
  » https://doi.org/10.1016/j.auec.2023.03.002
• 25. Moore JL, Virva R, Henderson C, Lenca L, Butzer JF, Lovell L, et al. Applying the knowledge-to-action framework to implement gait and balance assessments in inpatient stroke rehabilitation. Arch Phys Med Rehabil [Internet]. 2022 [cited 2024 May 24];103(7):S230-45. Available from: https://doi.org/10.1016/j.apmr.2020.10.133
  » https://doi.org/10.1016/j.apmr.2020.10.133
• 26. Cherubim DO, Padoin SMM, Paula CC. Musical educational technology for lactation physiology learning: Knowledge translation. Rev Bras Enferm [Internet]. 2019 [cited 2024 May 24];72(3):220-6. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0528
  » https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0528
• 27. Gusmão VCL, Flausino TGC, Couto DS, Abraão LM, Felix AMS, Ciofi-Silva CL, et al. Adapting the nominal group technique to a virtual version: An experience report. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2024 [cited 2024 May 24];58:e20230298. Available from: https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2023-0298en
  » https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2023-0298en

NOTAS

• FINANCIAMENTO

  O estudo recebeu auxílio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (Processo n. 433997/2018-4).

• APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

  Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, parecer n. 6.696.363, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 76885924.6.0000.5347.

Editado por

EDITORES

Editores Associados: Gisele Cristina Manfrini, Ana Izabel Jatobá de Souza.

Editor-chefe: Elisiane Lorenzini.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  11 Nov 2024
• Data do Fascículo
  2024

Histórico

• Recebido
  18 Jun 2024
• Aceito
  19 Ago 2024