A demanda de cuidados às crianças com necessidades especiais de saúde promove desgaste físico e mental da cuidadora. Para analisar as implicações dessas demandas sobre o empoderamento da cuidadora, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa. Onze cuidadoras acompanhantes, de um hospital do sul do Brasil, foram organizadas em três grupos, entre 2004-2005. Utilizou-se a análise de discurso no relatório de três dinâmicas do método criativo-sensível. O empoderamento individual das cuidadoras foi construído no enfrentamento das situações-limites dos cuidados e no encontro com os profissionais de saúde. O papel de boa mãe e de cuidadoras dedicadas, abnegadas levou-as a abdicar de sua condição feminina, gerando isolamento social, sofrimento e estresse. O empoderamento individual opressivo as distanciou do empoderamento coletivo libertador; a cuidadora foi valorizada em sua condição materna e não na feminina. As práticas de empoderamento individual, centradas na abnegação e dedicação, possibilitam a reflexão e ação no processo de empoderamento coletivo.
Saúde da mulher; Cuidadores; Saúde da criança; Educação em saúde