Resumo
Este estudo investiga as dinâmicas externas da Irmandade Muçulmana, que contribuíram para o aumento de sua popularidade no Egito. A partir da análise de documentos secretos redigidos por autoridades diplomáticas britânicas, disponibilizadas em The National Archives, em Londres, foram reunidas informações sobre como a organização islâmica operava nos bastidores políticos entre 1936, quando surgem os primeiros relatos sobre o grupo, e 1949, ano em que seu fundador e líder foi assassinado. Alianças com atores poderosos, cisões e aproximações entre forças dominantes na política egípcia e a ingerência britânica em assuntos locais foram alguns dos elementos explorados pela liderança do grupo para aumentar sua influência e ascender como importante força política. Observou-se que, em geral, a Irmandade Muçulmana utilizou sua popularidade como moeda de troca com a classe política e se tornou um pilar de apoio ao status quo.
Palavras-chave:
Islã; Império Britânico; Movimentos sociais