Resumo:
O artigo discute os usos das categorias “liberdade” e “escravidão” em ações evangélicas de enfrentamento ao tráfico de pessoas. A partir da pesquisa etnográfica conduzida entre 2014 e 2017 junto a grupos religiosos transnacionais em Fortaleza, argumenta que as estratégias de publicização missionárias são construídas sobre os trânsitos entre os domínios doméstico e público, ritual e cotidiano, religioso e secular. O sucesso de missionárias ao realizar esses trânsitos implica a leitura do sofrimento marcado por desigualdades de gênero como expressão de “liberdade”, enquanto outras formas dessas desigualdades seriam evidência da “escravidão” das supostas “vítimas”.
Palavras-chave:
Gênero; Tráfico de pessoas; Rituais; Missões