Resumo:
A partir do final do século XIX, surgiram diferentes associações de lazer criadas por operários têxteis do Jardim Botânico - bairro situado na Zona Sul do Rio de Janeiro -, que contaram com o apoio dos dirigentes das fábricas de tecidos ali instaladas durante o período. Através da análise de jornais operários, da imprensa comercial e de documentos de polícia, que reunia as licenças concedidas aos clubes congêneres da cidade, este artigo investiga como tais trabalhadores se apropriaram dessas supostas concessões - em um conflituoso diálogo com as visões de mundo patronais. À luz da compreensão do conceito de paternalismo operado pelo historiador inglês E. P. Thompson, a intenção é demonstrar que essas associações recreativas financiadas pelas fábricas se constituíram tanto em espaços de diversão entre esses operários quanto em espaços de negociação e disputa por seus interesses compartilhados.
Palavras-chave:
Paternalismo; Jardim Botânico (Rio de Janeiro); Associações