Resumo:
Nos anos finais da escravidão no mundo Atlântico francês, a política colonial passou por mudanças que afetaram o domínio senhorial. Sob a Lei Mackau, regulamentaram-se os direitos das pessoas escravizadas ao pecúlio e à compra de sua alforria e de seus familiares, por meio do resgate amigável ou forçado. A partir da investigação de um conjunto documental sobre a Martinica, este artigo explora evidências que apontam a preponderância de mães escravizadas e seus filhos entre os sujeitos que conquistaram a liberdade no Caribe francês por meio do resgate forçado parcialmente indenizado por um fundo estatal. Esta investigação busca analisar tanto as visões da classe senhorial e dos governos colonial e metropolitano, quanto a agência das mulheres e de suas famílias nos processos de resgate forçado. O objetivo deste estudo é compreender, em perspectiva interseccional, as imbricações entre maternidade, escravidão e conquista da liberdade.
Palavras-chave:
Alforria; Gênero; Caribe francês (Martinica)