Resumo:
A categoria de “periferia” passou a ser mobilizada por rappers brasileiros associados ao hip-hop a partir dos anos 1990, crescendo significativamente na segunda metade da década. Este artigo aborda as condições de sua afirmação, buscando investigar a intervenção dos rappers nas disputas de representação das divisões sociais urbanas. Desenvolve-se a hipótese da agência rapper, articulando a interlocução entre diferentes quebradas, na construção de um agrupamento social, em meio ao confronto com outras representações e à violência contra territórios populares e majoritariamente negros. Por meio do cotejo entre suas elaborações e discursos outros que circulavam sobre periferia, busca-se abordar as operações simbólicas em tensão e antagonismo que parecem contribuir para a afirmação de novos recortes sociais no Brasil contemporâneo.
Palavras-chave: Hip-hop; Periferia; Disputas de representação