Estudos nas últimas décadas têm evidenciado que o adoecimento do professor teria origem no paradoxo entre sua missão e a invisibilidade do trabalho docente aos olhos da organização escolar. O objetivo deste estudo é identificar possíveis interseções entre o excesso e rigor das cobranças, que não vêm acompanhadas das condições necessárias para a realização do trabalho do professor, e os relatos de frustração presente entre esses profissionais. Para avaliar o trabalho em sala de aula de nove professoras, adotou-se a metodologia da ergonomia da atividade de trabalho. Viu-se que as professoras, depois de intervirem inúmeras vezes para separar brigas de alunos em sala de aula, deixam, outras vezes, de dar atenção ao fato. Existe um momento em que elas ignoram a indisciplina, parecendo expressar uma estratégia para lidar com essa perturbação. Os resultados indicam a elaboração de um modelo de planejamento com previsão de tempo para as inúmeras atividades previstas pela nova missão da escola, visando a descongestionar a sala de aula e evitar a sobreposição de tarefas cuja marca mais intensa são as interrupções descritas.
saúde e trabalho; ergonomia; professoras; sofrimento