Território epidemiológico
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“Na VD a gente consegue identificar mudanças na saúde do idoso. Nós fazemos o preenchimento da ficha de VD, que a gente pergunta para o idoso ou para o parente dele. Levamos esses dados para a UBS-ESF e lá temos de fazer a transferência para o sistema digital. Tudo fica bem registrado. É assim que a gerente mensura nossa produção” (ACS33). |
“Antes não tínhamos tablets, então tudo tinha de ser registrado à mão, à caneta. Nas fichas de VD que imprimíamos e levávamos para o campo. Às vezes algumas dessas informações se perdiam ou ficavam guardadas por muito tempo. Agora com a digitalização tudo ficou mais leve, e as informações chegam mais rápido à enfermeira” (ACS27). |
“Muitos profissionais não entendem a importância do que a gente faz aqui no campo. Se a gente não preencher os dados da ficha, o sistema não fica atualizado. Tem muita gente que morre, infelizmente, ou que muda de residência. Quando a gente atualiza essas informações, nossa UBS-ESF tem dados válidos” (ACS69). |
“O que faço nas VD também interfere positivamente quando o idoso vá [sic] na UBS-ESF. Eu preencho informações que a enfermeira e o médico conseguem ver no sistema só clicando no prontuário do idoso. Se ele acompanhou ou não as orientações repassadas por eles” (ACS15). |
“O cadastramento das famílias geralmente envolve tudo. O tipo de residência, os serviços que eles recebem, o ingresso de todos os membros, quem vai à escola. Enfim, é uma fotografia de quem mora ali dentro. Minha enfermeira diz que todas essas informações servem para os relatórios que eles têm que elaborar e mandar à Secretaria de Saúde” (ACS77). |
“Para mim, a VD é de suma importância, pois a gente consegue monitorar como estão as condições em que eles vivem. Já teve alguns casos que o idoso morava em casas quase barrando em cima, que tive que notificar para a enfermeira e ela depois passou para a assistente social” (ACS101). |
Abordagem clínica
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“Orientação e prevenção dos cuidados, com qualquer tipo de doenças, transmissíveis ou cuidados com as doenças crônicas” (ACS84). |
“Informação sobre como tomar o medicamento, separar e sinalizar os horários de tomadas, escuta, (re)agendamento de VD quando este não pode comparecer, observar como está sendo tratado pelos familiares ou cuidador” (ACS108). |
“Ter um olhar mais atento se há alguma condição de maus-tratos. Verificar as comorbidades desta população para traçarmos uma estratégia de assistência e acolhimento a esta população nas UBS-ESF ou nos hospitais” (ACS22). |
“Eles têm muitas doenças. É muito estranho você encontrar um idoso que a gente acompanhe que não seja hipertenso, por exemplo. Eu acho que já é uma questão da idade mesmo. Então, por isso a gente fica chamando-os para participarem das atividades de promoção da saúde, das rodas de conversa sobre alimentação saudável, do HIPERDIA, enfim. Fazemos de tudo, mas poucos realmente aderem” (ACS98). |
“Na minha área tem muito idoso dependente, que é acamado, que usa sonda alimentar. Eu acompanho várias famílias que têm idosos com AVC. Não só isso, também tem alguns que perderam as pernas por causa do diabetes. O que a gente faz com eles é tentar reforçar as informações que o médico passou, conferir se eles estão tomando os remédios certinho” (ACS45). |
“Eu sempre tento perguntar se eles foram na consulta que marcaram, ver como foi, se eles precisam dalguma outra coisa. Renovar receita ou pegar o medicamento. Naqueles casos que o idoso não consegue se locomover, a gente pega e traz da UBS-ESF para eles” (ACS9). |
Vida em comunidade
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“Como a gente mora aqui no mesmo bairro, a gente sempre fica sabendo das coisas que acontecem com eles. Se eles têm algum problema, ou se eles precisam de alguma coisa. É bom porque nem sempre a gente consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo, e tem situações que fogem das nossas mãos. Os vizinhos acabam nos contando tudo” (ACS74). |
“Eu acho que uma das melhores coisas de ser ACS é poder trabalhar com os velhinhos que a gente tem conhecido a vida toda. É muito gratificante poder ajudá-los. A gente cria um carinho por eles, que só cresce quando eles nos recebem com um cafezinho ou um suquinho naqueles dias quentes” (ACS80). |
“Nós desenvolvemos atividades com eles para que eles possam se relacionar com outras pessoas idosas da mesma comunidade. O salão comunitário é um lugar que eles costumam visitar aos sábados, de tarde. Tem o pessoal das universidades que vem trabalhar artesanato com eles, assistem filmes e fazem poesia. É muito lindo de se ver todos eles juntinhos, curtindo a vida” (ACS18). |
“Penso que o vínculo que eles desenvolvem entre eles mesmos os ajuda a enfrentar certas situações de saúde. Por exemplo, eu tive uma idosa que ficou doente, foi ao hospital, passou por cirurgia, ficou em cama por algum tempo. Teve uma vizinha, também idosa, que sempre ia na casa dela, conversava com ela. Querendo ou não, isso ajuda muito uma pessoa doente. Ser escutada, conversar com alguém. Elas viraram amigas e as vezes [em] que passo lá na rua delas, elas estão tomando um tereré e batendo um papo” (ACS61). |