Este artigo tem como objetivo discutir a concepção de educação dos projetos de formação profissional promovidos pela Valer, a Universidade Corporativa da Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale). O controle sobre a formação dos trabalhadores assume um papel estratégico para a otimização dos resultados organizacionais. Entretanto, demandado pelo mercado, o aumento da oferta de escolaridade para a satisfação das demandas da reestruturação produtiva dista de uma perspectiva de formação omnilateral, sendo marcada, ao contrário, pela lógica do imediatismo e da instrumentalização, além da adesão à cultura organizacional e captura da subjetividade. Sob a ótica das competências necessárias para a execução das tarefas, o trabalho vem se deteriorando e, com ele, o trabalhador. A investigação está referendada no materialismo histórico, que comporta a tarefa de desvendar a realidade fragmentada e articulada com o senso comum. Como instrumento analítico, utilizamos a análise do discurso.
universidade corporativa; formação profissional; apropriação da subjetividade