Resumo
Periódicos científicos deveriam considerar as atitudes de suas comunidades antes de adotar qualquer um dos sete traços da revisão por pares aberta. Infelizmente, inquéritos do Norte Global podem não se aplicar ao Sul Global, onde a revisão por pares duplo-cega é comum mesmo entre periódicos de ciências naturais e de medicina. Este artigo relata os achados de um inquérito sobre as atitudes perante a revisão por pares aberta em quatro grupos de partes interessadas em um periódico médico no Brasil: membros da associação, além de leitores, autores e revisores do periódico. Em comparação a um inquérito prévio, o qual recrutou principalmente pesquisadores de ciências naturais da Europa, este inquérito encontrou suporte semelhante à revisão por pares em geral e à maioria de seus traços. Uma importante exceção foram as identidades abertas, traço considerado prejudicial pela maioria dos participantes, neste inquérito ainda mais do que no anterior. Curiosamente, os participantes foram mais desfavoráveis às identidades abertas como um todo do que às assertivas sobre as consequências específicas desse traço de revisão aberta. Uma vez que os preprints são crescentemente populares, mas incompatíveis com a revisão duplo-cega, pesquisas futuras deveriam examinar os efeitos de uma transição da revisão duplo-cega para identidades abertas, especialmente sobre o viés de gênero. Enquanto isso, periódicos científicos com revisão duplo-cega podem preferir adotar outros traços de revisão aberta, ou tornar as identidades abertas inicialmente opcionais.
Palavras-chave:
Comunicação científica; Comunidades científicas; Periódicos científicos; Autopublicação; Ciências médicas