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ESTUDANDO PRÁTICAS QUILOMBOLAS DE RESISTÊNCIA NO INSTAGRAM

RESUMO

Este artigo analisa a forma como processos de subjetivação são performados na mídia social Instagram por Djankaw, uma quilombola negra e trans. A partir de uma perspectiva foucaultiana de análise do discurso, pela qual o poder é compreendido como ação e, que, o seu exercício envolve resistências, os múltiplos recursos semióticos mobilizados por Djankaw em seu Instagram indicam como os processos de subjetivação são interseccionados à raça, classe, etnia, sexualidade e religião, configurando práticas de resistência contra narrativas hegemônicas coloniais. As performances de Djankaw na internet instigam um debate produtivo sobre a identidade Afro-brasileira ‘quilombola’ e ressoam com as lutas dos grupos marginalizados pela ocupação de diversos tempo-espaços no interior do Brasil. As postagens de Djankaw e suas práticas corpóreas operam como sítios propícios ao questionamento sobre o que significa ser negra, trans e quilombola. A complexidade das posições de sujeito de Djankaw é aumentada por sua conexão com diferentes religiões; ela incorpora diferentes práticas espirituais que também orquestram discussões sobre raça, sexualidade e gênero. Quando Djankaw performa suas subjetividades na internet, ela mobiliza e reconfigura essas marcas sociais ao mesmo tempo em que se engaja em práticas semióticas de resistência contra o apagamento histórico das culturas quilombolas no Brasil e a emancipação dos discursos sobre o colonialismo.

Palavras-chave:
mídias sociais; processos de subjetivação; interseccionalidade; resistência

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