RESUMO
O objetivo do presente texto é apresentar algumas reflexões sobre uma proposta de abordagem para o Ensino e a Aprendizagem de Línguas para Fins Específicos, a fim de resgatar o relevante papel da Terminologia e da Terminografia para o aprendiz dessa modalidade de ensino. A Terminologia tem como marco inicial os anos 30 do século XX, sobretudo a partir da tese de doutoramento do engenheiro austríaco Eugen Wüster. O Ensino de Línguas para Fins Específicos, por sua vez, surge três décadas depois juntamente da Abordagem Comunicativa e se firma na segunda metade do século XX no movimento denominado English for Specific Purpose. Nessa primeira fase, a relação entre as duas áreas era bastante explícita, pois essa modalidade de ensino centrava-se no registro léxico e gramatical próprios da área do aprendiz. Apresentamos breve revisão bibliográfica, a exemplo de Cabré (1999CABRÉ, M. T. (1999). La terminología: Representación y comunicación. Elementos para una teoría de base comunicativa y otros artículos. Girona: Documenta Universitaria., 1993CABRÉ, M. T. (1993). La terminología. Teoría, metodología, aplicaciones. Tradução de Carles Tebé. Barcelona: Editorial Antártida/ Empúries.), Barros (2004)BARROS, L. A. (2004). Curso Básico de Terminologia. Acadêmica 54. São Paulo: EdUSP:, Gómez de Enterría (2009)GÓMEZ DE ENTERRÍA, J. G. (2009). El español lengua de especialidad: enseñanza y aprendizaje. Manual de formación de profesores de español 2/L. Madrid: Arco/Libros, S.L., Hutchison e Waters (1987)HUTCHISON, T.; WATERS, A. (1987). English for Specific Purpose: A learning Centered Approach. New York: Cambridge University Press.; Aguirre Beltrán (2012)AGUIRRE BELTRÁN, B. (2012) Aprendizaje y Enseñanza de Español con Fines Específicos. Madrid: SGEL., Ramos (2019)RAMOS, R. de C. G. (2019). De Instrumental a LinFE: percursos equívocos da área no Brasil. In: Silva Júnior, A. F. (org.). Línguas para Fins Específicos: revisitando conceitos e práticas. Campinas: Pontes Editores, p. 23-41., Dolz; Noverraz e Schneuwly (2004DOLZ, J. NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. (2004). Sequência didática para o oral e a escrita: apresentação de procedimento. In: Schneuwly, B.; Dolz, J. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, p. 95-128.), SWALES, (2009)SWALES, J. M. (2009). Repensando gêneros: uma nova abordagem ao conceito de comunidade discursiva. In: Bezerra, B. G.; Biasi-Rodrigues, B.; Cavalcante, M. M. (orgs.). Gêneros e Sequências Textuais. Recife: EDUPE, p. 197-220., a proposta que ora apresentamos, denominada “Abordagem Terminológico-Discursiva (ATD)”, que possui caráter interdisciplinar, e parte da análise do perfil de dado aprendiz, com necessidades e usos da língua em contextos específicos, nos quais circulam gêneros textuais também específicos. Assim, trazemos alguns princípios da ATD alicerçados em conceitos como “uso das línguas em contextos especializados”; “gêneros textuais especializados” e “competência comunicativo-especializada”. Desse modo, esperamos contribuir para o reavivamento da Terminologia e da Terminografia como ciências que podem contribuir de forma produtiva ao Ensino e à Aprendizagem de Línguas para Fins Específicos (EALFE).
Palavras-chave:
terminologia; terminografia; uso das línguas em contextos especializados; gêneros textuais especializados; competência comunicativo-especializada; ensino e aprendizagem de línguas para fins específicos