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ABORDAGENS PRÁTICAS DE REVISÃO TEXTUAL DIALÓGICA NO ENSINO MÉDIO

PRACTICAL APPROACHES OF DIALOGIC TEXTUAL REVISION IN HIGH SCHOOL

RESUMO

Este artigo discute abordagens do trabalho de revisão docente no ensino de produção textual escrita. A partir dos princípios da revisão na perspectiva dialógica (RUIZ, 2010RUIZ, E. D. (2010). Como corrigir redações na escola. São Paulo, Contexto.; POSSATI, 2013POSSATI, J. (2013). A reescrita dialógica. Dissertação de mestrado. Campinas: Unicamp.; MENEGASSI e GASPAROTTO, 2016MENEGASSI, R. J.; GASPAROTTO, D. M. (2016). Revisão textual-interativa: aspectos teórico-metodológicos. DOI: 10.14393/DL23-v10n3a2016-13. Domínios de Linguagem. Uberlândia, v. 10, n. 3, p. 1019-1045.
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; 2019MENEGASSI, R. J. (2019). Revisão Dialógica: princípios teórico-metodológicos. DOI: 10.1590/1982-4017-190107-4518. Linguagem em Dis(curso) - LemD, Tubarão-SC, v. 19, n. 1, p. 107-124.
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), apresenta-se uma proposta didática a essa abordagem, exemplificada e elucidada na produção escrita de um aluno de Ensino Técnico Integrado ao Ensino Médio. A proposta fundamenta-se nos pressupostos do dialogismo e na perspectiva da Análise Dialógica do Discurso (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, [1929] 2009BAKHTIN, M./VOLOCHÍINOV. ([1929] 2009). Marxismo e Filosofia da Linguagem. Tradução Michel Lahud e Yara Frateschi. 12. ed. São Paulo: Hucitec.; BAKHTIN, [1979] 2010BAKHTIN, M. ([1979] 2010). Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes.; BRAIT, 2012BRAIT, B. (2012). Construção coletiva da perspectiva dialógica: história e alcance teórico-metodológico. In: FÍGARO, R. (Org.). Comunicação e análise do discurso. São Paulo: Contexto, v. 1, p. 79-98.), da concepção de escrita como trabalho (GERALDI, 2011GERALDI, J. W. (Org.). ([1984] 2011). O texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste.; FIAD e MAYRINK-SABINSON, 1991FIAD, R. S.; MAYRINK-SABINSON, M. L. T. (1991). A escrita como trabalho. In: MARTINS, M. H. (org.). Questões da Linguagem. São Paulo: Contexto, p. 54-63.; MENEGASSI, 2016MENEGASSI, R. J. (2016). A escrita como trabalho na sala de aula. In: JORDÃO, C. M. A Linguística Aplicada no Brasil: rumos e passagens. 1 ed. Campinas: Pontes, p. 193-230.) e em pesquisas sobre revisão textual docente (HAYES, 2004HAYES, J. R. What triggers revision?. (2004) In: ALLAL et al. Revision: Cognitive and instructional processes. Kluwer Academic Publishers Dordrecht, p.9-20.; ALLAL et al., 2004ALLAL, L. et al. (2004). Revision of written language: cognitive and instructional processes. Boston/Dordrecht, Netherlands/New York: Kluwer.; TRUPPIANO, 2006TRUPPIANO, C. (2006). Best classroom practices. In: HORNING, A.; BECKER, A. (Orgs.). Revision: History, theory and practice. West Lafayette, In: Parlor Press and The WAC Clearinghouse, p. 177-196.). Objetivou-se compreender i) como construir um bilhete de revisão efetivamente relacionado à perspectiva dialógica de linguagem; ii) quais os aspectos linguísticos e extralinguísticos implicados nessa produção escrita docente; iii) as alternativas de elaboração do bilhete de acordo com o objetivo de revisão; iv) a revisão para além da correção do texto em si, voltada à formação global do aluno no tocante ao discurso escrito, a compreender a qualidade da reescrita como parte do aprendizado sobre escrita pelo próprio aluno. Os resultados evidenciaram a revisão docente como uma produção textual a ser tomada em seu conjunto, a estabelecer relações entre bilhetes de revisão, objetivos de revisão, condições imediatas e mais amplas de trabalho; características fundamentais ao bilhete dialógico de revisão.

Palavras-chave:
escrita; revisão docente; dialogismo

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