O presente artigo tem a finalidade de compreender a realidade da oferta de línguas estrangeiras em uma escola pública de Ensino Médio e Tecnológico do interior do Rio Grande do Sul. O estudo sustenta-se em referenciais teóricos atuais sobre políticas linguísticas, além de calcar-se em conceitos como governamentalidade e ideologia. A geração e análise dos dados se realizaram de acordo com uma perspectiva etnográfica, tomando-se como fonte entrevistas semi-estruturadas, registros visuais e análise documental. Os participantes são membros da instituição (uma ex-coordenadora de ensino e dois alunos) e seus relatos provêm elementos significativos para responder à pergunta de pesquisa, a saber: há indícios de que a visão ideológica dos alunos está em consonância com a política linguística da escola para as línguas estrangeiras no Ensino Médio? A apreciação dos dados permite-nos compreender que, embora pequenas mudanças estejam ocorrendo em termos político-linguísticos, elas não são suficientes para atender às expectativas dos alunos em relação às línguas estrangeiras ofertadas na escola.
políticas linguísticas; governamentalidade; ideologia; oferta de línguas estrangeiras