IV- Poetry a) Leia a primeira estrofe do poema The Road Not Taken, de Robert Frost, e discuta com a turma: considerando o título e esta estrofe, do que você acha que trata o poema? Como você acha que o poema vai continuar? Por que você acha isso? The Road Not Taken by Robert Frost Two roads diverged in a yellow wood, And sorry I could not travel both And be one traveler, long I stood And looked down one as far as I could To where it bent in the undergrowth; Agora escute o poema na íntegra e preencha as lacunas com as seguintes palavras: wear; there; claim; black; way; sigh; same; hence; I; fair; by; back; lay; difference; day;. |
Embora conhecimentos literários já estivessem em discussão nas atividades anteriores, aqui serão retomados e aprofundados para a leitura de um poema de Robert Frost. Sugere-se que, junto com o poema, seja apresentada uma breve nota biográfica do autor, explicitando origem e relevância, para uma breve contextualização de quem se trata. As atividades de compreensão iniciam com o título e a primeira estrofe e seguem com a escuta do poema na íntegra para o preenchimento de lacunas referentes ao arranjo rítmico das rimas, um dos recursos estéticos utilizados: estrofes de cinco versos com rimas em um arranjo rítmico abaab. Uma análise da pronúncia de palavras que rimam contrastando-as com sua grafia pode ser um dos focos linguísticos a ser trabalhado em aula, trazendo outros exemplos de palavras que poderiam também ser utilizadas nesses versos, em uma proposta de atividade lúdica de recriação das estrofes. Também podem ser trabalhados os tempos verbais e a pontuação e seus efeitos de sentido. Ler e escutar o texto várias vezes, tendo compartilhado impressões no decorrer do estudo do poema tem o objetivo de desenvolver uma consciência sobre os efeitos estéticos de um texto poético. |
Then took the other, as just as [fair], And having perhaps the better [claim], Because it was grassy and wanted [wear]; Though as for that the passing [there] Had worn them really about the [same],
And both that morning equally [lay] In leaves no step had trodden [black]. Oh, I kept the first for another [day]! Yet knowing how way leads on to [way], I doubted if I should ever come [back].
I shall be telling this with a [sigh] Somewhere ages and ages [hence]: Two roads diverged in a wood, and [I]- I took the one less traveled [by], And that has made all the [difference].
b) Após conferir as respostas com os colegas, conversem sobre suas impressões: Mesmo sem compreender todas as palavras do poema, qual foi a impressão que o poema causou? Por quê? O que você conseguiu compreender? Qual das estradas o eu lírico escolheu? Como você sabe? c) Marque no texto as palavras que conhece. Em duplas, estudem o texto, buscando no dicionário termos que nenhum de vocês conhece. Após concluir, discutam o que entenderam do texto e depois compartilhem com a turma: Sobre o que trata o poema? A continuidade foi como você previu no início? Qual impressão o poema lhe causa agora? Por quê? Que relações você pode estabelecer entre o poema e sua vida? |
As perguntas de comparação entre os textos vistos em aula, bem como a reflexão entre as modalidades, são propostas para uma ampliação do repertório analítico-literário, principalmente no que diz respeito à leitura crítica na identificação das intencionalidades por detrás de textos e nos recursos estéticos e semióticos que amparam esses posicionamentos e possíveis compreensões. As duas últimas perguntas remetem a um estudo mais aprofundado dos elementos semióticos do poema e, não parando em uma análise literária possível, estende o olhar para o estabelecimento de relações entre língua e imagem: o teor organizado e metrificado do poema faz com que as imagens suspensas pela obra provavelmente sejam relacionadas a aspectos semântica e pragmaticamente concordantes, como um ambiente iluminado, belo, limpo, vivo. Uma outra possibilidade, entre várias, a depender dos interesses da turma, é trabalhar, por exemplo, com o poema the mother, de Gwendolyn Brooks, que versa sobre uma visão negativa do aborto. Esse texto pode ser utilizado por conta de sua unidade temática ser a oposta da de Frost, pensando em um passado que poderia ter sido em vez de regozijar-se com o presente. Os temas que aparecem também nesta época da vida dos estudantes, apoiados em uma estética de rimas não metrificadas, que acabam corroborando com o teor errático do poema. Uma repercussão importante que pode surgir é a correspondência (ou não) entre possíveis expectativas do posicionamento da autora, como mulher e mulher negra, e argumentos utilizados em discussões sobre políticas públicas para vetar tentativas da legalização do aborto. Essa abordagem requer maior contextualização (histórica, sobre o tema e sobre a autora) e discussões sobre o assunto, sendo uma oportunidade para projetos interdisciplinares entre Língua Inglesa e Filosofia ou Sociologia. O tema e a linguagem são mais complexos no texto de Brooks, e atividades de identificação de posicionamentos, argumentação, história e falácias seriam indicadas. De qualquer maneira, comparações com propagandas também seriam ricas aqui. |
d) Escute novamente o poema na íntegra e preste atenção aos recursos estilísticos utilizados. Depois discuta com a turma: Que recursos estilísticos você observou no texto? Que efeitos de sentido provocam? De que modo a percepção desses recursos utilizados muda sua percepção sobre o poema? Como podemos comparar os recursos artísticos do poema com as obras audiovisuais que você assistiu? Você acha que o texto de Frost poderia ter um teaser também? Como seria? E se fosse uma propaganda, o que estaria vendendo? Aponte as principais diferenças entre os efeitos que podem causar poemas, teasers e anúncios publicitários. Qual desses textos mais lhe evoca emoções? Em que momentos? Por quê? Há uma unidade temática nas imagens evocadas pelo poema? Qual? Como ela se relaciona com a mensagem do poema? As imagens suscitadas pelo texto têm a ver com o estilo de escrita e escolhas de palavras? Como? |
Outra possibilidade é incluir o rap Carta pra Amy (2019), de Black Alien, que apresenta características estéticas (intimismo, existencialismo) e temáticas (procura de si e busca de sentido) trazendo de volta a discussão do buscar em si mesmo e a possibilidade de questionamento do cânone e discussões sociais. A canção utiliza-se de português e inglês em suas rimas, o que enriquece a discussão fonético-fonológica das aulas e expande também à Língua Portuguesa o trabalho com consciência fonológica. A estética é de rimas musicadas com imagens que suspendem o cotidiano do jovem (adulto). A aproximação da estética com os alunos pode ser uma grande aliada no engajamento da turma, bem como aumentar as possibilidades do estabelecimento de relações entre obras de arte e entre Arte e vida. O flow musical não deve ser deixado de fora da discussão, já que pauta o ritmo da trama e emoções tiradas a partir da narrativa contida nela e explicitando o gênero nomeado no título em sua forma oral. Esses elementos se relacionam com o símbolo das águas, recorrente no clipe, e correspondente, mesmo que paradoxalmente, com os desertos dos vídeos iniciais. A estética onírica do videoclipe e a análise entre os dois personagens correlacionados e suas diferenças de ambientação e vestimenta podem ser analisadas para aprofundar uma leitura autoral dos alunos, assim como as cores utilizadas para sua execução. Importante também topicalizar os sentidos da intertextualidade, nas referências a Tempo Rei, de Gilberto Gil, O Som e a Fúria, de William Faulkner, Ritual de Lo Habitual, de Jane’s Addiction, entre outras. |