Acessibilidade / Reportar erro

Limites políticos de um projeto intelectual para a integração dos povos do Novo Mundo: o Primeiro Congresso Internacional de História da América (1922)

Political limits of an intellectual project for the integration of New World peoples: the First International Congress of History of the America (1922)

Resumos

O artigo aborda o I Congresso Internacional de História da América, promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), no Rio de Janeiro em 1922, a propósito de celebrar o centenário da Independência. A reunião científica congregou pesquisadores de todas as partes do continente americano. Mais do que examinar suas atividades acadêmicas, pretende-se analisar a contribuição do evento à política de aproximação do Brasil com outras nações do continente, por meio da diplomacia cultural.

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; Congresso Internacional de História da América; Cultura histórica; Diplomacia cultural.


This paper examines the I International Congress of History of the America, promoted by Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Brazilian Historical and Geographic Institute), in Rio de Janeiro, September, 1922, to celebrate Brazilian independence centennial one. The scientific event congregated searches from all American countries. More than to examine the Congress academic activities, the article intends to analyze its contribution to the Brazilian political efforts to approach with other nations of the continent, by means of the cultural diplomacy.

Brazilian Historical and Geographic Institute; International Congress of History of the America; Historical culture; Cultural diplomacy.


Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1
    1Max Fleiüss, "Congresso Internacional de História da América". Revista do IHGB, Rio de Janeiro, 92 (146): 582, 1922.
  • 2
    2Philip H. Coombs, The fourth dimension of foreign policy: educational and cultural affaires, 1964, apud Monica Lessa, L'influence intellectuelle française au Brésil: Contribuition à l'étude d'une politique culturelle (1886-1930). Thèse pour le doctorat en Histoire. Paris: Université de Nanterre Paris X, 1997, p.47. Ver, ainda, Louis Dollot, Les relations culturelles internacionales. Paris: PUF, 1968, p.28.
  • 3
    3Edgard Telles Ribeiro, Diplomacia Cultural: seu papel na política externa brasileira. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 1989.
  • 4
    4 Lucia Maria P. Guimarães, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro: da Escola Palatina ao Silogeu. Tese de Professor Titular. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2000. p. 27 (mimeo).
  • 5
    5Cf. Anne Rasmussen, "Congrès Internationaux". In: Jacques Julliard & Michel Winock (dir), Dictionnaire des intellectuels français. Les personnes. Les lieux. Les moments. Paris: Éditions du Seuil, 1996, p.305-306.
  • 6
    Ver, dentre outros, Clodoaldo Bueno, "Da Pax Britannica à hegemonia norte-americana".Estudos Históricos, Rio de Janeiro, 10 (20): 231-250, 1997. Ver, também, Arthur Guimarães de Araújo Jorge, Rio Branco e as fronteiras do Brasil:uma introdução às obras do Barão do Rio Branco. Brasília: Senado Federal, 1999. Nanci Leonzo, "A gaveta do Barão". Revista do IHGB, Rio de Janeiro, 391: 351-359, abril/junho de 1996.
  • 7
    Lucia Maria P. Guimarães, "Debaixo da imediata proteção de Sua Majestade Imperial".Revista do IHGB, 388 (156): 518-523, julho/setembro de 1995.
  • 8
    Na cartografia dos intelectuais oitocentistas, o Império representava uma "ilha" de ordem etranqüilidade, cercada pela barbárie das repúblicas vizinhas, produtos da "anarquia" e dos "furores democráticos", que fracionaram a América Espanhola. Ver, Manuel Luís Salgado Guimarães, "Nação e civilização nos trópicos: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o projeto de uma história nacional". Estudos Históricos, Rio de Janeiro, 1 (1): 6-7, 1988.
  • 9
    Cf. IHGB, Artigo 7º, "Regulamento Geral do I Congresso Internacional de História daAmérica". Anais do Congresso Internacional de História da América, Rio de Janeiro: IHGB/ Imprensa Nacional, tomo especial, 1925, vol.1, p. 15.
  • 10
    10Afonso Celso, "Discurso de abertura do Congresso Internacional de História da América". Anais do Congresso Internacional de História da América. Idem, p. 44
  • 11
    Arquivo do IHGB, Dunshee de Abranches, "O ABC e a política americana". Coleção IHGB. 148, 4-6.
  • 12
    Cf Gilberto Amado e Otávio Brandão apud Wilson Martins, História da inteligência brasileira, São Paulo: Cultrix; EDUSP v.5, p. 155-157.
  • 13
    13Formavam a Comissão Executiva, quarenta e dois associados, destacando-se, os estrangeiros, John Casper Branner, Ramon J. Carcano, Julio Fernandez e Lucas Ayarragaray. Dentre os nacionais, salientavam-se B. F. de Ramiz Galvão, Epitácio Pessoa, José Vieira Fazenda, Max Fleiüss, Manuel Cícero Peregrino, Manuel de Oliveira Lima, João Pandiá Calógeras, Norival Soares de Freitas, Olympio Viveiros de Castro, Alfredo Valladão, Edgard Roquette Pinto, Barão de Studart, José Carlos Rodrigues, Afonso d'Escragnolle Taunay e Afonso Arinos de Melo Franco.
  • 14
    14 Estados Unidos, México, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia, Brasil, Paraguai, Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, República Dominicana, Haiti, Domínio do Canadá, Guiana Inglesa, Guiana Francesa, Guiana Holandesa, Honduras Britânica, colônias insulares inglesas, francesas, holandesas e dinamarquesas na América.
  • 15
    15Ver "Regulamento Geral do Congresso Internacional de História da América". Anais do Congresso Internacional de História da América, Rio de Janeiro: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, tomo especial, 1925, v.1, p. 13-18.
  • 16
    Marly da Silva Motta, A nação faz cem anos: A questão nacional no centenário da Independência. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas: CPDOC, 1992, p. 81.
  • 17
    Cf. Rodolfo Garcia, "Catálogo dos livros, folhetos, documentos, retratos, bustos, máscaras,etc. pertencentes à Biblioteca, Arquivo e Museu do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro". IHGB, O Ano da Independência. Rio de Janeiro: Revista do IHGB. Tomo Especial, 1922, p.475-527
  • 18
    Ver no quadro anexo a relação dos participantes estrangeiros e as respectivas filiaçõesinstitucionais.
  • 19
    19Cf. Sobre Ernest de Martinenche, ver "Prefácio da edição francesa". In: Oliveira Lima, Formação histórica da nacionalidade brasileira. 2ª ed., Rio de Janeiro: Topbooks, 1997, p.17-20.
  • 20
    Ricardo Levene, "Discurso na primeira sessão plena de 12 de setembro de 1822". Anais do Congresso Internacional de História da América. Op. cit., vol. I, p. 47.
  • 21
    Ver, a esse respeito, Yamila Laura Kiriápulos, Nação e história: Bartolomé Mitre, Francisco Adolfo de Varnhagen e a fundação da historiografia moderna na Argentina e no Brasil. Dissertação de Mestrado. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 1999, p. 84-88.
  • 22
    22Cf. Anais do Congresso Internacional de História da América, Rio de Janeiro: Revista do IHGB, tomo especial, 1925, v.1, p. 57.
  • 23
    23Idem, p.55.
  • 24
    24Idem, p.239.
  • 25
    25Veja-se, por exemplo, Ramon Mena, "Las exploraciones arqueológicas en Mexico". Idem, p. 541-572. Ou, então, Robert Lehmann Nitsche, "El altar mayor del templo del Sol en el Cuzco". Idem, p. 851-862.
  • 26
    26José Salgado, "El Uruguay y la doctrina del arbitraje amplio". Idem, v. 2, p. 153-198.
  • 27
    27 Cf. Herbert Harris. Idem, v. 1, p. 247.
  • 28
    28Percy Alvin Martin, "Minas Gerais and Califórnia: a comparison of certain phases of their historical and social evolution". Idem, ibidem, p.250-270.
  • 29
    29Mary Wilhelmine Williams PhD, "The treatment of negro slaves in the Brazilian Empire: a comparison with the United States of America". Idem, ibidem, p.270-292 30 Idem, p.291.
  • 30
    Andrew Cleven, "James Watson Webb, United States Minister to Brazil (1861-1869)".Idem. ibidem. p.293-394.
  • 31
    Ver, Charles Lyon Chandler, "Commercial relations between United States and Brazil(1798-1812)". Idem, ibidem, 395-414.
  • 32
    Cf. Roberto Levene, "Tratado de comercio franco entre el Brasil y el vorreynato del rio dela Plata, em 1808". Idem, ibidem, p. 449-454.
  • 33
    Cf. Mariano de Vedia y Mitre, "El Brasil e Caseros". Idem, ibidem, p. 255-268.
  • 34
    35Pedro Calmon, "A América não pode viver de sua própria história". Anais do Congresso Internacional de História da América. Op. cit., v. 5, p.505-525.
  • 35
    36 Ver, por exemplo, Lucas Alexandre Boiteux, "A Marinha Nacional na campanha da Cisplatina (1825-1828)". Anais do Congresso Internacional de História da América Op. cit., v. VII, p.155-209. Emílio Fernandes de Sousa Docca, "O Exército nas campanhas platinas". Idem,
  • 36
    p. 213-274. Raul Tavares, "A Marinha Brasileira na Guerra do Paraguai". Idem, p.455-568. Dídio Fortes, "Barroso, Tamandaré e Inhaúma". Idem, p. 569-618.
  • 37
    Ver, Gregório Taumaturgo de Azevedo, " História do rio Paraguai", op. cit. v. V, p. 117-190, e Henrique de A. Santa Rosa, "História do rio Amazonas", idem, p. 191-190.
  • 38
    Cf. Pereira da Silva J. M., História da fundação do Império Brasileiro. Rio de Janeiro: Granier; Paris: Auguste Durand, 1896,. v. VII, p. 334.
  • 39
    IHGB, "Anexos à ata da 2ª sessão plena". Idem, p. 168-169.
  • 40
    Cf. Charles-Victor Langlois & Charles Seignobos, Introduction aux études historiques (Préface de Madeleine Rebérioux). Paris: Éditions Kimé, 1992.
  • 41
    Ver, Georges Duby & Philippe Ariès (org.) História da vida privada. São Paulo: Cia das Letras, 1990, 5 vol.
  • 42
    Cf. Roger Chartier, A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990, p. 63-64.
  • 43
    Ver, Ronaldo Vainfas, "História das mentalidades e história cultural". In: _______ & Ciro Flamarion Cardoso, Domínios da história. Ensaios de teoria e metodologia. Op. cit. p. 131.
  • 44
    Patrick Hutton, History as an art of memory. Hanover & London: University Press of New England, 1993, p. xxi.
  • 45
    45IGHB, Assembléia Inaugural do Instituto Pan-americano de Geografia e História. Rio de Janeiro: IHGB/Imprensa Nacional, tomo especial, 1933, vol. I, p.5.
  • 46
    46 Estêvão C. de Rezende Martins, "O Projeto da UNESCO para uma História geral da América Latina e sua relevância para o processo da construção da identidade". In: Jaime de Almeida (org,), Tendências e contornos de um campo historiográfico. Brasília: ANPHLAC, 1998, p.51-61.
  • 47
    47De acordo com Estêvão Rezende Martins, respondem pela organização da obra os seguintes historiadores: volume I - Las sociedades originárias: Teresa Rojas (México) e John Murra (USA) ; II - El primer contacto y la formación: Franklin Pease (Peru) e Franklin Moya Pons (República Dominicana); III - Consolidación del orden colonial: Alfredo Castillero Calvo (Panamá) e Allan Kuethe (USA); IV Procesos americanos hasta la redefinición colonial: Enrique Tandeter (Argentina) e Jorge Hidalgo Lehuede (Chile); V - La crisis estructural de las sociedades implantadas: German Carrera Damas (Venezuela) e John Lombardi (USA); VI - La construcción de las naciones latinoamericanas: Josefina Vázquez (México) e Manuel Miño Grijalva (Equador); VII - Los proyectos nacionales latinoamericanos : su instrumentación y articulación: Enrique Ayala Mora (Equador) e Manuel Moreno Fraginals (Cuba); VIII - América Latina desde 1930: Marco Palácios (Colômbia) e Esperanza Durán (México); IX - Teoria y metodologia en la história de América Latina: Herbert Klein (USA) e Estêvão de Rezende Martins (Brasil). Idem, p. 59.
  • 48
    Idem, p.60.
  • 49
    Idem, ibidem.
  • 50
    Cf. UNESCO, História Geral da América Latina, edição preparada por Teresa Rojas Rabiela e John Murra. Paris: Editions Trutta: UNESCO Publishing, 2000. O livro apresenta um capítulo introdutório, que esboça as características regionais do meio ambiente americano, em seguida descreve o processo de povoamento da área. As partes subseqüentes abordam a demarcação das fronteiras entre as duas grandes áreas da região: América Central e América do Sul, focalizando os desenvolvimentos regionais desde os primeiros estágios até o contato com a sociedade européia.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2005

Histórico

  • Recebido
    Nov 2004
  • Aceito
    Fev 2005
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Largo de São Francisco de Paula, n. 1., CEP 20051-070, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21) 2252-8033 R.202, Fax: (55 21) 2221-0341 R.202 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: topoi@revistatopoi.org