Este artigo tenta compreender as relações dinâmicas entre estratégias familiares e produção agrícola no século XVIII. Nosso objetivo é ver como algumas famílias mobilizaram estrategicamente os recursos mais ou menos limitados de que dispunham para consolidarem redes sociais muito particulares em torno dos engenhos de cana-de-açúcar. Trabalhamos com os conceitos de redes de parentela, famílias e estratégias em nível local, segundo metodologia da microanálise. Nosso objeto são alguns casais que se casaram na capela do Engenho de Sapopemba, na freguesia de Irajá, no Rio de Janeiro, e nossa fonte principal são registros de batismo, casamento e óbito. Tentaremos comprovar que existiam trocas socialmente interessadas entre parentes consanguíneos, por casamento e por compadrio, e que alguns 'casamentos desiguais' foram o ponto de partida de um vínculo estratégico em termos de terra e trabalho entre lavradores e senhores, criando pontes entre o mundo do trabalho, da terra e da parentela.
redes sociais; redes de parentesco; produção agrícola; Rio de Janeiro; século XVIII.