Acessibilidade / Reportar erro

“Dispensamos o suplicante in defectu coloris”: em torno da cor nos processos de habilitação sacerdotal no bispado do Rio de Janeiro (1702-1745)

“We dismiss the supplicant in defectu coloris”: color in the priestly licensing process in the diocese of Rio de Janeiro (1702-1745)

“Dispensamos al suplicante in defectu coloris”: en torno al color en los procesos de habilitación sacerdotal en el Obispado de Río de Janeiro (1702-1745)

RESUMO

A dispensa do “defeito da cor”, proferida em benefício dos descendentes de escravos e africanos, tornou-se expressão corrente nos processos de habilitação ao clero secular ao longo do século XVIII. No entanto, seu emprego não foi natural e desprovido de sentido específico. A padronização das dispensas implicou a definição de um vocabulário que foi estabelecido a partir da experiência dos agentes eclesiásticos no contexto de uma sociedade escravista perpassada pelos valores de uma cultura política de Antigo Regime. Desse modo, a expressão passou a representar uma visão sobre as classificações sociais com base na cor e possíveis concepções sobre as origens relacionadas à escravidão.

Palavras-chave:
clero secular; catolicismo; escravidão; defeito da cor; classificação social

Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Largo de São Francisco de Paula, n. 1., CEP 20051-070, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21) 2252-8033 R.202, Fax: (55 21) 2221-0341 R.202 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: topoi@revistatopoi.org