RESUMO
Com este artigo, almeja-se analisar como a família foi incluída nos trabalhos desenvolvidos pelo Serviço de Ortofrenia e Higiene Mental (SOHM), edificado na reforma educacional empreendida por Anísio Teixeira em 1934. A família é a base deste trabalho cuja abordagem está ancorada na linha da história política. Tanto a instituição familiar quanto a educação estavam articuladas e serviam ao Estado, que entendia a primeira como fundamentadora de sua ideologia na condição de família-nação. Ao mesmo tempo, compreendia a educação como via para a compleição do brasileiro ajustado, hígido, trabalhador, com princípios coletivos e cívicos, sobremaneira, um indivíduo de família. Todavia, aqui buscamos destacar o protagonismo das famílias investigadas pelo SOHM que, diante de suas imposições a respeito da maneira como deveriam educar seus filhos, criaram estratégias e negociações nessa relação de força estabelecida entre ambos. A investigação proposta está fundamentada nos escritos de Arthur Ramos, diretor do Serviço, relacionados ao trabalho executado naquela instituição, na análise de algumas fichas ortofrênicas e na bibliografia referente ao tema.
Palavras-chave:
Arthur Ramos; educação; família; higiene mental; maternidade