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Ernst Jünger e o demônio da técnica: modernidade e reacionarismo

RESUMO

O tema do artigo é a obra de Ernst Jünger no entreguerras, em especial o ensaio O trabalhador (1932). Nosso foco é apontar, na apropriação jüngeriana da técnica, seu caráter de mitologia política antiliberal. Dialogamos com o horizonte político e intelectual da época (incluindo autores como Simmel, Kracauer e Benjamin) buscando estabelecer um quadro de problematização sobre a técnica, na Alemanha, onde emerge também o chamado “Movimento Revolucionário Conservador”. Apontamos, na obra de Jünger, a relação entre o “tipo” ou “figura do trabalhador” com a noção de sacrifício da individualidade em favor da mobilização total da técnica, nos termos do modernismo reacionário. Por fim, dado o fato de que em O trabalhador não há referências a autores e obras, levantamos a hipótese de um diálogo subjacente com uma tradição intelectual que vem do romantismo, hipótese que conduzimos mediante uma confrontação da obra de Jünger com o tema do “acabamento assintótico” (Lacoue-Labarthe) - a impossibilidade, nos tempos modernos, de sustentar uma harmonia preestabelecida.

Palavras-chave:
Ernst Jünger; técnica; modernidade; mitologia política; modernismo reacionário.

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