Resumos
A análise do discurso do papa Bento XVI, de setembro de 2006, permite perceber, de forma clara, alguns sinais da atual doença católica: o retrocesso ao período anterior ao Vaticano II, em relação à doutrina e à política relativa às demais crenças religiosas. A fratura do mundo cristão em numerosas religiões, distintas e antagônicas explica em parte essa doença, cujas origens encontram-se na relação entre vida religiosa e vida política enquanto causa fundamental das expressões desiguais que o cristianismo assume nos mundos católico, protestante e ortodoxo. Trata-se, portanto, de uma doença particular do cristianismo; doença que encontra seu começo no fato de que o catolicismo é o único a possuir uma estrutura hierárquica centralizada, um governo absoluto, uma tradição estatal, e que, portanto, somente o cristianismo é capaz de competir com as realidades políticas que foram criadas no curso da formação dos Estados modernos.
cristianismos; Bento XVI; catolicismo europeu; religião e estado.
The analysis of Pope Benedict XVI speech, in September 2006, lets see, clearly, some signs of present Catholic illness: the regression to the period before the Second Vatican Council, concerning to doctrine and policy on other religious beliefs. The fracture of the Christian world in many religions, distinct and antagonistic, partly explains the disease. Their origins lie in the relationship between religious life and political life as a fundamental cause of the unequal Christianity interpretation in the worlds Catholic, Protestant and Orthodox. It is therefore a particular disease of Christianity; it starts in the fact that Roman Catholicism is the only one to have a centralized hierarchical structure, an absolute government and a state tradition. Only Christianity would be able to compete with the political realities that were created during the formation of modern states.
Christianity; Pope Benedict XVI; European Catholicism; religion and state.
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Osservatore Romano, 13 de setembro de 2006. Nós recorremos ao texto em francês em sua versão definitiva, revista e anotada pelo próprio papa, tal como aparece no site www.generation.benoitxvi.com.
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2
Ou, em linguagem corrente, inescrutável.
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3
Th. Khoury. Man uel II Paléologue, Entretiens avec un Musulman, 7 e Controverse. Éditions du Cerf, 1966.
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4
FREUD, Sigmund. L'Avenir d'une illusion (1927), traduzido do alemão por M. Bonaparte, PUF, 1980, p. 62. Esse texto foi traduzido para o português como O futuro de uma ilusão e publicado, juntamente com O mal-estar na civilização, no volume XXI das obras completas de Freud, lançado pela editora Imago, do Rio de Janeiro, em 1986.
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5
Ibid.
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6
Ibid., p. 63.
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7
Ibid., pp. 8-9.
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8
Ibid., p. 17.
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9
Ibid., p. 62.
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10
Ibid., p. 17.
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11
Cf. Q. Skinner, The foundations of modern political thought. The age of reformation. Cambridge: Cambridge University Press, 1978.
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12
Tomás de Aquino, Summa theologica, Prima secundae, questio 108, articulus secundus, note 3.
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13
P. Prodi, Christianisme et monde moderne. Paris: Le Seuil, 2006.
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14
J. Ratzinger, Kirche, Okumene und Politik. Neue Versuche zur Ekklesiologie. Einsiedeln, Johannes, 1987, pp. 1-17, citado por P. Prodi, op. cit., pp. 218-220.
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15
Ibid.
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16
Ibid.
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17
Ibid.
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18
B. Clavero, Antídoto, Antropologia cattolica de la economia moderna. Milão: Giuffré, 1999.
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19
J. Assemam, Das kulturelle Gedachtnis. Schrift, Erinnenung und politische identitat in fruhen Hochkulturen. C. H. Becksche
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20
Verlagsbuchhandlung. Munique, 1992;
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
Dez 2008