RESUMO
Neste artigo abordaremos a questão do dito e do dizível sobre o Holocausto no quadro do “discurso social” hegemônico do pós-guerra, analisando, em primeiro lugar, duas posições antagônicas: a do “silêncio” e a do “mito do silêncio”. Em seguida, apresentaremos a categoria “alarmes de incêndio” de Enzo Traverso, para qualificá-los e destacar como o campo do dizível foi condicionado tanto pela conjuntura sociopolítica quanto pelas formas discursivas dominantes; e, por fim, desenvolveremos o caso de Hannah Arendt, inscrita na referida categoria, considerando as mudanças em sua produção sobre os crimes nazistas (1945-1963), no contexto de seu enquadramento investigativo nos Estados Unidos, para mostrar como o dizível cristaliza, até que novos discursos, novas disputas eclodam.
Palavras-chave:
Holocausto; silêncio; mito do silêncio; alarmes de incêndio; Hannah Arendt