Resumo
O artigo apresenta e discute as tentativas mais influentes de caracterizar o fisicalismo sem postular relações de identidade entre o que é físico e o que é prima facie não físico. A primeira seção trata da possível crítica de que essas tentativas são equivocadas, porque contradizem o bordão fisicalista “tudo o que existe é físico”. Na segunda seção, elucido as diferentes formulações da tese fisicalista da superveniência, e argumento que nenhuma delas consiste em uma caracterização adequada do fisicalismo. Três razões são oferecidas em favor dessa conclusão: sua compatibilidade com formas de dualismo (ou pluralismo); o fato de que a relação de superveniência é mantida sem explicação; e o argumento de Kim da exclusão causal, segundo o qual entidades meramente supervenientes (i.e., aquelas que não estão em relações de identidade com entidades estritamente físicas) devem ser epifenomenais. A terceira seção apresenta os aspectos gerais de outra tentativa de caracterizar o fisicalismo independente da identidade, a saber, o fisicalismo de realização. De acordo com essa posição, ocorrências de tipos prima facie não físicos são realizadas por ocorrências de tipos físicos quando estes executam os papéis funcionais que especificam a natureza dos primeiros. A terceira seção também revela como o fisicalismo de realização lida com as objeções que tornam as teses fisicalistas da superveniência inadequadas para a caracterização do fisicalismo.
Palavras-chave:
Fisicalismo; Identidade; Superveniência; Funcionalismo; Realização