Resumo:
Machado de Assis (1839-1908), um dos mais famosos escritores brasileiros, oferece um retrato de Bento de Espinosa em um soneto de 1880. Em seus versos, o poeta combina, do início ao fim, a imagem do pensador como operário (polidor de lentes) e como filósofo (criador de uma filosofia). Apesar de certa imprecisão nos traços estampados no retrato, o artigo pretende mostrar que o soneto pode, tanto quanto o poema “Spinoza”, de Jorge Luis Borges, operar como um primeiro convite ao estudo do espinosismo. Embora não haja qualquer intenção de realizar uma exegese propriamente literária do poema, busca-se desvendar as singularidades da imagem machadiana de Espinosa, confrontando-a aos escritos do filósofo e aos dados disponíveis a respeito de sua vida.
Palavras-Chave:
Espinosa; Machado de Assis; Soneto