Resumo:
Joseph Raz tornou-se bastante conhecido pelo conceito de razões excludentes, que ele aplicou na análise de uma série de conceitos práticos, como decisões, regras e obrigações. No entanto, a literatura especializada exibe um alto grau de ceticismo quanto à existência de razões excludentes, e até sobre a coerência do conceito. Ao longo de sua obra, Raz sempre focou em duas espécies de razões excludentes: as diretamente motivacionais e as evidenciais. Atribui-se a isso o fato de o conceito ter recebido tantas críticas. Neste artigo, dá-se destaque a uma outra categoria de razões excludentes, negligenciada por Raz: as razões que são excluídas por sua própria natureza. Argumenta-se aqui que essa categoria é capaz de mostrar, não apenas que o conceito não é vazio ou inconsistente, mas também que ele tem um papel importante a desempenhar na elucidação de um importante domínio da moralidade: o domínio das relações afetivas.
Palavras-chave:
Razões excludentes; Obrigações de papéis; Amizade