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Disfunção sexual em mulheres com depressão: um estudo transversal

Resumo

Introdução

Disfunção sexual feminina (DSF) na depressão, apesar de comum, é pouco estudada. Se tratada adequadamente, a condição pode ser prontamente curada, aumentando a qualidade de vida da paciente.

Métodos

Foi avaliada uma amostra consecutiva de mulheres casadas, virgens de tratamento, com depressão. A depressão foi diagnosticada utilizando a Structured Clinical Interview for DSM-IV Axis I Disorders (SCID-I). A gravidade da depressão foi avaliada utilizando a Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton (HAM-D), e a disfunção sexual, com o Índice da Função Sexual Feminina (Female Sexual Function Index, FSFI).

Resultados

Foi observada disfunção sexual em 90% das pacientes do estudo. As pacientes com comorbidades médicas mostraram uma diminuição significativa no subdomínio desejo da FSFI (Mann-Whitney U=11,0, p=0,009), porém não houve associação significativa com os outros subdomínios. Pacientes que expressaram desejos passivos de morte apresentaram escores mais altos em todos os indicadores de função sexual e um escore significativamente mais alto no subdomínio orgasmo da FSFI (Mann-Whitney U=11,0, p=0,009).

Conclusão

O estudo revelou uma alta prevalência de DSF em mulheres deprimidas, independentemente do tipo e da severidade da depressão. A depressão com comorbidades médicas foi associada a uma diminuição significativa do desejo. Pacientes que expressaram desejos passivos de morte mostraram função sexual melhor e orgasmo significativamente melhor.

Depressão; disfunção sexual; saúde mental das mulheres; disfunção orgásmica

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