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Associação entre resiliência e transtorno de estresse pós-traumático em vítimas de violência urbana no Brasil: estudo transversal de caso e controle

Resumo

Introdução

Este estudo investigou a associação entre resiliência e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) entre vítimas brasileiras de violência urbana. Comparou os mecanismos de defesa, vínculos parentais e trauma infantil entre vítimas que desenvolveram TEPT e vítimas que não desenvolveram o transtorno.

Métodos

Estudo de caso-controle transversal que incluiu 66 sujeitos adultos expostos à violência urbana no sul do Brasil. Foram avaliados 33 pacientes com TEPT e 33 controles saudáveis pareados por sexo e idade, que responderam a Escala de Resiliência, Questionário do Estilo Defensivo, Instrumento de Ligação Parental e Questionário sobre Traumas Infantis. Os testes estatísticos utilizados foram o teste de McNemar para variáveis categóricas, teste Wilcoxon para variáveis assimétricas contínuas e teste tde Student pareado para variáveis simétricas contínuas.

Resultados

O grupo que desenvolveu TEPT apresentou escores totais da Escala de Resiliência mais baixos em relação aos controles (128,4±20,7 versus145,8±13,1, respectivamente; p = 0,01), juntamente com uma menor capacidade em resolver situações e menores índices de valores pessoais que dão sentido à vida (p = 0,019). Também apresentaram taxas mais baixas de uso de mecanismos de defesas maduros (p < 0,001) e maiores taxas de abuso emocional (p = 0,001) e físico (p = 0,003) durante a infância.

Conclusão

Níveis mais baixos de resiliência, especialmente a capacidade de resolver situações e ter valores pessoais que dão sentido à vida, mecanismos imaturos de defesa e abuso físico e emocional na infância estão associados ao TEPT em adultos vítimas de violência urbana no Brasil.

Resiliência; transtorno de estresse; violência urbana; mecanismos de defesa; vínculos parentais; trauma psicológico

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