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Reatividade ao estresse e ambiente familiar podem explicar o desempenho em memória e funções executivas na primeira infância e na idade escolar?

Resumo

Introdução:

De acordo com a literatura, o nível socioeconômico e o ambiente familiar estão associados à reatividade ao estresse na criança. Essa reatividade ao estresse, por sua vez, tem sido associada com desempenho cognitivo. No entanto, poucos estudos testaram sistematicamente esses três construtos ao mesmo tempo.

Objetivo:

Investigar a relação entre ambiente familiar, medidas de cortisol salivar e desempenho em memória e funções executivas das crianças.

Método:

Os níveis de cortisol salivar de 70 crianças com idade entre 9 e 10 anos foram medidos antes e depois de tarefas de memória e funções executivas. As famílias dos participantes completaram questionários sobre questões socioeconômicas, ambiente familiar e psicopatologia materna durante a primeira infância e a idade escolar da criança.

Resultados:

Correlações e regressão hierárquica foram realizadas para análise de dados. Níveis de cortisol elevados, bem como alta psicopatologia materna (na primeira infância e em idade escolar) e disfunção familiar foram associados com baixo desempenho em tarefas de funções executivas e memória de trabalho. As variáveis ambiente familiar e alterações nos níveis de cortisol explicam cerca de 20% da variação no desempenho de tarefas cognitivas.

Conclusão:

O funcionamento familiar e a psicopatologia materna no início e meio da infância, bem como os níveis de estresse das crianças, foram associados com a memória de trabalho e o funcionamento executivo das crianças.

Descritores:
Nível socioeconômico; ambiente familiar; psicopatologia materna; cortisol; estresse; avaliação neuropsicológica

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