Introdução:
A demência de início precoce ( early onset dementia , EOD) vem sendo reconhecida como um importante problema clínico e social devido aos efeitos sobre a saúde física e mental das pessoas com demência e seus cuidadores.
Objetivo:
Analisar o impacto psicossocial da EOD em cuidadores familiares.
Métodos:
O estudo baseia-se na metodologia qualitativa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com nove cuidadores EOD (sete mulheres) recrutados em um serviço para doença de Alzheimer. Utilizou-se análise fenomenológica interpretativa para analisar as narrativas dos cuidadores.
Resultados:
Cinco temas emergiram das narrativas: impacto psicológico e emocional; impacto físico; impacto financeiro e profissional; impacto social e necessidade de serviços de apoio. A maioria dos cuidadores percebe seu bem-estar emocional como ruim ou extremamente ruim. Os cuidadores reconhecem prejuízos na saúde física, que tendem a ser mais duradouros do que os problemas de saúde mental. Dois cuidadores tiveram que se aposentar após o diagnóstico de demência, e sete diminuíram sua carga de trabalho porque tinham que cuidar dos pacientes. Preservar as habilidades das pessoas com demência é essencial para manter a sua autoestima, dignidade e sentimento de utilidade. Para os cuidadores, intervenções e atividades de estimulação fazem com que as pessoas com demência se sintam mais úteis e contribuam para uma vida melhor.
Conclusão:
Os cuidadores de pessoas com EOD assumem prematuramente o papel de cuidador e precisam equilibrar esta atividade com outras responsabilidades. Há necessidade de mais estudos sobre EOD, a fim de se obter uma melhor compreensão do impacto da doença e para o desenvolvimento de serviços adequados para pacientes e seus cuidadores.
Descritores: Demência de início precoce; cuidador; impacto psicossocial; estudos qualitativos