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Interação medicamentosa entre antineoplásicos e antidepressivos: análise de pacientes do ambulatório de oncologia de um hospital geral

Objetivos:

Verificar a prevalência de sintomas depressivos em pacientes oncológicos e identificar o uso simultâneo de antineoplásicos e antidepressivos.

Métodos:

Foi realizado um estudo transversal, no qual 56 pacientes oncológicos foram entrevistados. Foram empregados dois instrumentos: um questionário para a coleta de dados clínicos e sociodemográficos e o Inventário de Depressão de Beck - Segunda Edição (BDI-II) para a avaliação de sintomas depressivos. Para a análise dos dados, foram utilizadas medidas descritivas para determinar a prevalência de sintomas depressivos, o teste de qui-quadrado para avaliar associações entre variáveis sociodemográficas e clínicas e sintomas depressivos.

Resultados:

Foi encontrada uma prevalência de depressão de 26,7% (15 pacientes). Apenas oito desses pacientes (53,3%) estavam recebendo tratamento para depressão. Considerando a amostra como um todo, estavam fazendo uso de antidepressivos 13 pacientes (23,2%); destes, 11 faziam uso simultâneo de antidepressivo e antineoplásico (19,6%). Foram encontradas cinco situações de interações medicamentosas contraindicadas (8,9%).

Conclusão:

Sintomas depressivos são mais prevalentes em pacientes oncológicos do que na população em geral, mas geralmente são subdiagnosticados e subtratados. O uso simultâneo de antidepressivos e antineoplásicos é frequente. Sendo assim, para reduzir os efeitos adversos prejudiciais, as possíveis interações medicamentosas devem ser identificadas antes que os antidepressivos sejam prescritos para pacientes oncológicos.

Antidepressivos; antineoplásicos; interação de medicamentos; depressão; neoplasias


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