Resumo
Este artigo avalia o potencial democratizador da institucionalização dos movimentos sociais no Brasil sob o governo Lula, a fim de avaliar seu impacto na hegemonia política e na inclusão social quando estabelecem vínculos estreitos com o aparelho estatal. Tendo como foco os movimentos sociais rurais e o Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (Pronat), é demonstrado que a institucionalização de parte significativa dos movimentos rurais faz parte de um fenômeno social conhecido como Lulismo, uma aliança de classes sociais na qual os movimentos sociais desempenharam um papel proeminente, e que permitiu ao governo Lula consolidar seu poder. O argumento central do trabalho é que os movimentos sociais rurais, ao mesmo tempo que converteram suas demandas em políticas públicas, e fortaleceram a participação política, também perpetuaram a hegemonia de classes legitimando a autoridade do governo.
Institucionalização de movimentos sociais; Movimentos sociais, Lulismo; Hegemonia; Governança democrática