Resumo
Apesar de em Portugal existirem políticas públicas de combate às desigualdades, incluindo as escolares, a origem socioeconômica, o gênero e a pertença étnica dos estudantes continuam a ter um impacto incontornável nos percursos escolares. Os ciganos são dos mais afetados por essas desigualdades, reveladas pelas ainda salientes taxas de abandono escolar precoce e por retenções e insucesso escolar. Tendo por base os resultados derivados de entrevistas semidiretivas, o objetivo do artigo consiste em compreender os fatores-chave determinantes nas trajetórias de continuidade escolar dos ciganos no ensino médio. Os resultados revelam jovens tendencialmente mais escolarizados que as gerações anteriores, evidenciando-se a importância do contexto familiar, mas também a agencialidade e a resiliência.
Palavras-chave:
Ciganos portugueses; Ensino secundário e médio; Trajetórias escolares de continuidade; Escola pública