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O movimento sindical organizado diante da ofensiva da oligarquia financeira: Argentina, 2016-2019

Resumo

Em dezembro de 2015, a força social liderada pela oligarquia financeira retornou ao governo argentino dando continuidade ao período contrarrevolucionário iniciado em meados da década de 1970 que acompanha o desenvolvimento do capitalismo predominantemente e em profundidade e gera uma massa crescente de população excedente para as necessidades de capital. Esse retorno, em um momento decadente da luta da classe trabalhadora, foi possibilitado pela fratura do movimento sindical e da aliança social popular. Os resultados da política econômica do novo governo foram uma queda acentuada da atividade produtiva, aumento do desemprego, inflação forte com deterioração dos salários reais e crescimento significativo da pobreza. Logo começaram os protestos, tanto da camada mais remediada da classe trabalhadora quanto da mais pobre, que em geral, e diferentemente das décadas anteriores, não apenas se mobilizaram juntas, mas estabeleceram relações orgânicas, apesar de numerosas frações político-sindicais em que estavam divididas. A resistência se manifestou em seis greves gerais e numerosos protestos de rua, incluindo o de dezembro de 2017, que transbordou o sistema institucional. As demandas sindicais apontaram para demandas econômicas imediatas (paritárias livres, contra demissões) e contra a política econômica do governo em geral, principalmente contra a implementação de reformas trabalhistas, de aposentadoria e tributação e o acordo com o FMI.

Sindicalismo; Argentina, Greves gerais; Conflito social; Políticas neoliberais

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