O artigo trata da importância da família nas classes trabalhadoras urbanas. Como valor e como espaço de sociabilidade, essa importância é construída numa experiência social em que se articulam trabalho, cultura e os (não)direitos. Por esse ângulo a família se define como ordem de vida na qual se encontram sinais de uma exclusão social que se desdobra numa privatização de experiências. É essa privatização que o artigo tenta mostrar e discutir. Para isso, tomou como ponto de partida a trajetória de homens, mulheres e crianças no mercado de trabalho. Menos do que uma discussão sobre o mercado de trabalho, essas trajetórias interessam sobretudo do ponto de vista dos termos pelos quais essas trajetórias são elaboradas como experiências individuais e coletivas no âmbito da família. Como referência empírica, o artigo analisa dados de pesquisa realizada pelo DIEESE, em 1981, na Região Metropolitana de São Paulo.
famílias operárias; experiência; privatização; cidadania; insegurança; exclusão