Resumo
Atento às concepções do tempo que orientam os retratos da vida social brasileira delineados nas versões inaugurais de História econômica do Brasil e Sobrados e mucambos, o artigo examina duas hipóteses: primeiramente, as imagens do país projetadas nos ensaios assentam-se sobre um mesmo referencial epistemológico que estreita as possibilidades de intelecção de ambos tanto a respeito dos ingredientes e processos implicados na formação brasileira, quanto acerca do lugar e das perspectivas dessa sociedade no Ocidente moderno. Conforme a segunda hipótese, não obstante suas intenções críticas, HEB e SeM mantêm-se presos aos horizontes de cognição de certo enquadramento hegemônico da modernidade, o qual conduz Caio Prado Jr. e Gilberto Freyre a ratificarem a posição retardatária e coadjuvante do país vis-à-vis os chamados contextos modernos modelares.
Palavras-chave
Gilberto Freyre; Caio Prado Jr; Pensamento social brasileiro