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Notas rocambolescas: histórias de escusos heróis* * Capítulo inédito de livro em fase final de preparação, que tem por título: Folhetim: uma história.

O artigo parte da aproximação, aparentemente insólita, de dois textos: 1) Proezas de Rocambole (1857-1870), folhetim de Ponson du Terrail, cujo núcleo inicial trata de uma sociedade secreta, o Clube dos Valetes de Copas, chefiada pelo "vil" conde Andrea, e depois por seu sobrinho, Rocambole; 2) O 18º Brumário de Luís Bonaparte (1852), de Karl Marx, que narra, como um romance policial, a ascensão do sobrinho de Napoleão a partir da sociedade secreta 10 de Dezembro, e as aventuras reais e farsescas de um "canalha medíocre". Faz-se notar que a própria imprensa francesa da época assimilou a figura de Rocambole com a do Imperador. Comenta-se a atualidade de Rocambole e tenta-se uma definição do rocambolesco, nesta época de corrupção e violência. Ressalta-se a ambígua atração que aventuras de escusos heróis, tratadas com delírio imaginativo e ritmo desenfreado, exercem sobre os leitores, tomando como exemplos Machado de Assis e Graciliano Ramos.

Rocambole; Luís Napoleão Bonaparte; folhetim; rocambolesco; herói velhaco; violência; imaginário


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