À luz de alguns trabalhos sobre movimentos messiânicos e messianismo no Brasil, o texto procura encontrar, dentro da prática transformadora no movimento dos trabalhadores rurais sem-terra, elementos de uma racionalidade fortemente ligada: a) à sua condição social de liberto das formas tradicionais de dominação e por isso sujeitos de uma reordenação do mundo; e b) ao conteúdo mágico e simbólico da religiosidade rústica que fornece meios de interpretação dos seus rumos. Da intersecção destas duas situações, procura-se entender os condicionantes de uma luta social - a conquista da terra - que garante tanto a eficácia da ação, assim como os dilemas destes homens. Utiliza-se o conceito básico de lógica messiânica ou ethos messiânico para dar conta das contradições envolvidas no caminho dos movimentos sociais no campo, partindo-se da ação social, da matriz weberiana.
messianismo; trabalhador sem-terra; religiosidade popular; política; racionalidade; ação social