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Sobre a sustentabilidade das associações voluntárias em uma comunidade de baixa renda

Este artigo tem por objetivo analisar a relação entre o desenho das redes egocentradas de uma comunidade de baixa renda e os prováveis efeitos sobre o desempenho das associações voluntárias (associações de moradores e organizações não-governamentais) do bairro. Perguntamo-nos sobre que fatores poderiam explicar o fato de alguns moradores passarem do papel de simples consumidores de serviços oferecidos pelas organizações do bairro para o de participantes na gestão dessas entidades. Maior ou menor engajamento na participação em associações voluntárias freqüentemente tem sido explicados ou por características psicossociais dos participantes (que resultaria em níveis diversos de motivação), ou em características oriundas de atributos individuais (sexo, idade, estado civil, renda etc.). Penso que características do desenho das redes egocentradas (centralidade, multiplexidade, predominância de relações fracas ou fortes, territorialidade dos laços sociais etc.) são também elementos importantes a serem considerados. Admitimos, portanto, que a sustentabilidade de uma organização comunitária - isto é, o fato de essas organizações terem um forte apoio da comunidade - seria em parte função da estruturação das redes de seus participantes. Essas hipóteses são testadas empiricamente a partir de informações extraídas das redes egocentradas de habitantes da Comunidade de Chão de Estrelas, em Recife. Foram aplicados 250 questionários, a partir de amostra aleatória simples de um universo de 1.131 domicílios.

Redes sociais; Associações voluntárias; Recife


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