O objetivo deste artigo é analisar as condições de ocorrência de uma forma específica de casamento rural em uma região do Estado de São Paulo, com o rapto consensual da noiva. A regularidade dos raptos associa-se a condições de vida de determinadas categorias de trabalhadores agrícolas. Estas condições geram a impossibilidade de a família trabalhadora poder articular os interesses institucionalmente definidos da totalidade de seus membros. Quando se tornam sobrantes as forças de trabalho de alguns dos membros, o lugar deles nas relações familiares fica problemático. Isto atinge preferencialmente as mulheres jovens. Neste artigo são estudadas em particular as representações destas mulheres sobre o casamento e a família e os modos como elas reagem a estas condições alienadas de existência
Trabalhadores agrícolas; família trabalhadora; casamento rural; rapto