Contexto |
Características do meio ambiente |
Acessibilidade à informação, internet para todos, confiança, facilidade de acesso, integração, segurança. |
Lugar com disponibilidade de acesso à internet e, por conseguinte, à informação, acessível a todos, facilidade de integração, confiável e segura. |
“Um lugar (...) que tenha informação acessível, boa logística de deslocamento. Que a população local saiba receber, e seja confiável” (E9). “Viagem com acessibilidade e facilidade de locomoção com segurança” (E49). |
Cocriação |
Atitude de interação |
Interatividade, busca de informações, colaboração na cocriação, compartilhamento de informações |
Representa o processo dialógico em que duas partes se influenciam mutualmente numa ação recíproca de produção e consumo da experiência de serviço (Rihova, Buhalis, Gouthro, & Moital, 2018). Na ETI, a atitude de interação é caracterizada pela busca e compartilhamento de informações por meio da TIT retratando a colaboração na cocriação num quadro de interatividade, como na hospedagem e no transporte compartilhados. Essa é também uma resposta social do viajante à ETI. |
“Pra mim experiência turística inteligente é a capacidade de você poder ir a um lugar em que não conhece e poder se locomover, interagir, chegar a lugares através de meios que facilitam esses objetivos, tornando essa experiência mais rápida e sem dificuldades” (E11). |
Atitude de contribuição |
Experiências anteriores. |
Traduz as contribuições do viajante no ato de cocriação de sua ETI. Os entrevistados recorrem ao conhecimento adquirido em suas experiências anteriores para cocriar a sua experiência atual. |
A experiência turística inteligente: “torna possível personalizar interesses, passeios, com base em experiências anteriores do turista” (E5). |
Tempo real |
Tempo real, rapidez, dinamismo |
Refere-se à capacidade da TIT propiciar meios para a solução dos problemas do viajante de forma rápida, dinâmica e em tempo real. |
“Experiência de viajar de forma independente e facilitada pelo acesso às informações em tempo real” (E38). “Viagens cuja tecnologia atual permita experiências mais interativas, dinâmicas, rápidas” (E57). |
Dados |
Diversidade de informações |
Os dados na ETI representam mais do que as informações pessoais disponibilizadas pelo usuário ao acessar aplicativos e websites das organizações do turismo. Eles incluem também todo o material compartilhado como fotos, vídeos, stories, comentários, avaliações e resenhas de viagem, assim como o rastreamento das pesquisas realizadas pelo usuário. |
“Quando você chega em um destino e com seu smartphone consegue se locomover com facilidade, encontrar restaurantes, entretenimento, shoppings, tudo, enfim” (E17). “(...) onde você tenha informações espalhadas pela cidade, como mapas, informações como destino do metro, mapas personalizados de pontos turísticos, além de serviços destinados ao turista, como passeios de ônibus, fácil localização/acesso a passeios turísticos particulares” (E43). |
Respostas emocionais |
Emoções positivas |
Entusiasmado, inspirado, interessado. |
Estado afetivo de entusiasmo, inspiração e interesse despertados pela ETI (Hosany et al., 2021). |
“Amazing” (E61). |
Bem-estar hedônico |
Comodidade, desfrute, facilidade, liberdade, prazer, relaxamento, tranquilidade, usufruto. |
Estado afetivo subjetivo entendido como prazer, alegria e ausência de desconforto (Nawijn & Filep, 2016). Também denominado de bem-estar subjetivo, inclui indicadores afetivos da felicidade, no sentido de se sentir bem em atividades prazerosas, mas também a avaliação cognitiva da satisfação com a vida. |
“A diferença mais significante de um destino inteligente para um não inteligente é o esforço gasto pra descobrir atividades do seu interesse no local e na locomoção, ambos influenciando no quão relaxante é a viagem” (E3). |
Bem-estar eudaimônico |
Aprendizado. |
Conhecido também por bem-estar psicológico, incorpora temas como o crescimento pessoal e proposta de vida, refletindo significados de autorrealização, relacionamento positivo com os outros e autoaceitação (Nawijn & Filep, 2016). |
ETI é “uma experiência de aprendizado para o turista com tecnologia aliada à qualidade de serviços” (E12). |
Respostas comportamentais |
Autonomia. |
Na ETI, o viajante se vê com independência para tomar suas decisões. A autonomia representa a capacidade do viajante decidir por si só as suas experiências, se sentido livre para ir e vir no destino. |
“Saber planejar seu passeio sem depender de guias, ter sua agenda ocupada com atrações que realmente te interessam e faze-las no seu tempo, podendo experienciar melhor os locais visitados” (E18). |
Autopersonalização da experiência. |
Representa o esforço do viajante para buscar informações que o auxiliam a desenhar sua própria experiência, de acordo com seus interesses pessoais. Na autopersonalização, o viajante experimenta autonomia para decidir sobre a sua experiência turística. Ela é diferente da personalização de produtos/serviços realizada pelas empresas do turismo com base no Big Data Analytics. |
“Saber planejar seu passeio sem depender de guias, ter sua agenda ocupada com atrações que realmente te interessam e fazê-las no seu tempo, podendo experienciar melhor os locais visitados” (E18). |
Apego ao lugar (Place attachment). |
O apego ao lugar é caracterizado por um forte e positivo laço afetivo entre um indivíduo e um lugar específico, de forma que o indivíduo tem a tendência de se manter próximo àquele lugar que o mantém confortável e seguro. No turismo, quatro fatores são determinantes da formação do apego ao lugar: identificação, dependência, afeição e laço afetivo em relação ao destino. A congruência ente o lugar e o autoconceito do viajante reforçam seu senso de pertencimento ao lugar levando-o a expressar sua identidade por meio dele (Hosany, Buzova, & Sanz-Blas, 2020Hosany, S., Buzova, D., & Sanz-Blas, S. (2020). The influence of place attachment, ad-evoked positive affect, and motivation on intention to visit: Imagination proclivity as a moderator. Journal of Travel Research, 59(3), 477-495. Retrieved from https://doi.org/10.1177/0047287519830789) |
“Visitar um lugar que me faz sentir pertencer a ele e me permite agir com autonomia” (E6). “Vejo como uma experiência turística inteligente uma cidade/território que abriga múltiplos conhecimentos de modo a facilitar a integração do turista, mesmo que temporariamente, ao ambiente. Isso posto, as relações de compra, venda, consumo e lazer tornar-se-ão mais práticas, autônomas e, com isso, menos desgastantes como um todo” (E2). |
Respostas cognitivas |
Comparação de opões nos apps. |
Representa o esforço mental de reflexão e avaliação de um grande número de informações nas decisões necessárias à efetivação da ETI. No seu processo cognitivo, o viajante abre portas para conhecimentos novos acerca do uso da tecnologia, de produtos/serviços adquiridos, assim como da cultura, hábitos e história local. |
A ETI “responde à necessidade de informação, o uso de tecnologias de geolocalização, apps que otimizam as escolhas, decisões e experiências. Além de apps que fornecem a possibilidade de comparação entre opções” (E5). |
Respostas sociais |
Conhecer pessoas de outra cultura, compartilhar experiências (e-WOM), interagir com a sociedade visitada, engajar-se em suas redes sociais (engajamento) |
Sinaliza a atitude de interação do viajante com prestadores de serviços turísticos, outros viajantes e moradores onde a sociabilidade do viajante se dá na busca de informações por meio de apps e websites e do acesso ao conteúdo gerado pelo usuário em redes sociais e aplicativos de revisão de viagens. A sociabilidade não foi associada ao compartilhamento de informações que se dá pela divulgação de fotos, vídeos ou stories, no entanto, foi associada ao compartilhamento da experiência em si, como dividir o transporte ou hospedagem. |
“Conhecer novas tecnologias e pessoas com cultura diferente” (E15). “Seria uma viagem que eu poderia conhecer a cultura local, hábitos gastronômicos, museus, e avanços tecnológicos e ideias que ainda eu não tivesse visto aqui no Brasil” (E31). |