Resumo
Obras de infraestrutura inacabadas, que geram altos custos econômicos e sociais para as cidades, são um problema para o planejamento urbano. O objetivo deste artigo é estudar um macroprojeto inacabado realizado em Manizales (Colômbia) desde 2009, no marco de uma política do Governo Nacional elaborada para promover a renovação urbana para fins habitacionais. É uma operação de planejamento urbano que apresenta baixos índices de execução, incumprimento e aumento de custos que afetou direitos individuais e coletivos, e produziu caos urbano no centro da cidade. Analisamos uma contradição normativa que permitiu aos interesses dos atores representativos do Governo Nacional, do setor da construção e do capital financeiro transformar um setor central da cidade com pouca participação cidadã, representando um conjunto de atores e interesses inconvenientes para o desenvolvimento local. Verificamos também que essa iniciativa carece de articulação com um projeto de cidade que garanta sua continuidade e coerência. Os resultados derivam-se de uma pesquisa qualitativa, com foco em métodos de análise documental, entrevistas e revisão sistemática da imprensa local.
Palavras-chave:
Projeto de cidade; Moradia; Planejamento urbano; Renovação urbana; Governança urbana