Resumo
O artigo apresenta os resultados da experiência de pesquisa realizada entre os anos de 2014 e 2017 em seis cidades-gêmeas da fronteira Brasil-Uruguai, com o objetivo de identificar e analisar as cenas comerciais para-formais que ocupam os espaços públicos na contemporaneidade, bem como contribuir com futuros projetos de intervenção. Com base na metodologia da cartografia urbana sensível e da pedagogia da viagem, foram produzidos mapas, fotografias e escritas cartográficas; foram analisados ainda os três principais planos encontrados, o lugar, o equipamento e o corpo, a partir dos conceitos da filosofia da diferença. Como resultados, destaca-se que: o para-formal na fronteira Brasil-Uruguai é visivelmente comercial; densifica-se próximo aos free shops; quando a fronteira é seca, intensifica-se na linha de fronteira; quando a fronteira é molhada, espalha-se pela cidade; a maioria dos para-formais se encontra nas calçadas; que o para-formal no formal é a categoria que mais se destaca; o para-formal carrega identidades culturais no produto vendido; a atividade possui certa acomodação na ocupação do espaço público; e o para-formal na fronteira é uma atividade consolidada, não possuindo tanta volatilidade em relação à economia.
Palavras-chave:
Fronteira; Cidades-gêmeas; Para-formal; Espaço público; Cartografia urbana