Resumo
O artigo problematiza a violência de gênero no campo do planejamento e dos estudos territoriais a partir de uma fotografia do primeiro ano da pandemia da COVID-19 (2020) no município de São Paulo. A primeira seção trata de uma discussão teórica sobre o recorte temático que considera a reflexão sobre a prática na saúde e no planejamento. Desta seção, apontamos as territorialidades do cuidado, valendo-se do Modelo Ecológico da OMS. Na seção seguinte, a abordagem teórica é explorada em um retrato do primeiro ano da Pandemia de COVID, com base em três abordagens para as territorialidades no enfrentamento da violência contra a mulher: a partir do principal instrumento de planejamento territorial (Plano Diretor), pela rede de equipamentos especializados ao enfrentamento da violência, pelos equipamentos sociais que contribuem para a prevenção e pelo suporte às relações sociais cotidianas. Como resultado foi identificado que os Planos Diretores de 2002 e 2014 não incorporaram as bases das políticas de enfrentamento da violência, o que representa uma determinada condição prévia para os territórios quando do período da pandemia. Foram identificados apagões de equipamentos assistenciais e o distanciamento social, que representaram a queda no enfrentamento da violência durante o primeiro ano da pandemia.
Palavras-chave: Violência de gênero; Planejamento territorial; COVID-19; Territorialidade; Direitos Humanos