Resumo
A partir de uma crítica ardorosa do tema da diferença e às políticas públicas que o enfatizam, Bolsonaro e outros componentes do primeiro escalão de seu governo propõem uma nova política indigenista ao país, construída no entorno da acepção de que os brasileiros somos todos iguais. Este artigo procura demonstrar que, amparado em uma noção genérica de igualdade, Bolsonaro constitui uma política indigenista que almeja a extinção de si mesma pelo fim último da diferença, ou de seu reconhecimento, conduzindo o Estado brasileiro a um retorno às políticas assimilacionistas do período anterior à promulgação da Constituição Federal de 1988. O artigo explora algumas das ações do governo no âmbito dos direitos territoriais indígenas e dá especial atenção aos esforços de liberação das Terras Indígenas para a realização de atividades econômicas diversas, como mineração, garimpo, agropecuária, geração de energia, turismo e cultivo de organismos geneticamente modificados.
Palavras-chave: política indigenista; governo Bolsonaro; terras indígenas; mineração; Constituição Federal de 1988