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“A velocidade do político não é a do científico”: sobre o tempo do desenvolvimento em um programa de transferência de tecnologia agrícola

Resumo

Neste artigo procuro apresentar algumas problemáticas relacionadas ao programa de desenvolvimento agrícola ProSavana, destacando um descompasso entre um âmbito político e outro científico, que me permitiu refletir sobre alguns efeitos do discurso técnico que tem orientado a implementação desse empreendimento de cooperação internacional. A partir de uma pesquisa que procurou etnografar a operacionalização deste programa, pretendo apresentar a maneira como tais descompassos tecnopolíticos na “transferência de tecnologias” proposta, têm produzido uma composição de diferentes temporalidades, que conferiram um andamento particular à efetivação do ProSavana. Para tentar descrever essa estranha relação entre diferentes formas de saber que se expressam no tempo de realização um projeto de desenvolvimento - desenrolado em diferentes velocidades - parto da ideia de Mbembe (2011) de que na pós-colônia o tempo se dá de forma emergente. Nesse sentido, ao longo deste artigo buscarei descrever como, decompostas estas diferentes velocidades seria possível compreender as temporalidades que emergem do entanglement particular de relações tecnopolíticas que conferem a materialidade desse projeto de desenvolvimento.

Palavras-chave:
desenvolvimento; tecnopolítica; temporalidade; cooperação internacional

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