Resumo
Este artigo pretende lançar luz aos caminhos formais e oficiais pelos quais nós, pesquisadores, procuramos conseguir autorização para a realização de nossas pesquisas, sobretudo, em repartições estatais. Assim, parto da convicção de que cartas, certificados, históricos escolares e projetos de pesquisa, bem como sua subsequente circulação junto a diversos setores no Instituto Médico Legal (IML), São Paulo, Brasil, são excelentes lócus de análise exatamente por revelarem as diferentes estratégias de gestão e governo colocadas em operação tanto por nós pesquisadores quanto por aqueles que, como autoridades designadas, ocupam os quadros destas instâncias. Artimanhas feitas papel que, de um lado, veiculam e forjam uma ideia e uma imagem a ser projetada e recorrentemente reafirmada do que é o Estado. E, de outro lado, nos permitem dar nuances etnográficas à “condição comum de sujeitos de Estado” a que todos nós, por força ou desejo, estamos imersos.
Palavras-chave:
documentos; instâncias estatais; autorização; etnografia