Resumo
O artigo investiga as controvérsias que emergem com a notícia do início da produção da primeira vacina contra a Covid-19 no Brasil, a CoronaVac, em 11 de junho de 2020. Apoiando-se na perspectiva da Teoria Ator-Rede, realiza-se um estudo com inspiração na etnografia virtual. Assim, privilegiam-se documentos digitais de órgãos governamentais e entidades médicas, matérias jornalísticas, publicações em grupos da rede social Facebook e escrita de diário de campo virtual. A investigação é finalizada com a aprovação das vacinas CoronaVac e Oxford-AstraZeneca pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O estudo identifica a construção de factóides por grupos críticos ao distanciamento social, tendo como base o acionamento de argumentos pretensamente científicos. Identifica-se que as alianças estabelecidas entre médicos e o governo federal por meio do Ministério da Saúde procuraram desestabilizar a vacina, enquanto artefato tecnocientífico, performando medicamentos do chamado “tratamento precoce” como a “cura” para a pandemia no Brasil.
Palavras-chave:
Covid-19; Controvérsias; Tratamento precoce; CoronaVac; Socioantropologia