Resumo
Este artigo tem a proposta de rastrear os caminhos das “destruições” da Praia de Iracema, em Fortaleza, documentados desde o início do século XX. Partindo de minha própria pesquisa etnográfica, realizada entre 2015 e 2017 com projetos missionários transnacionais de enfrentamento a “crimes sexuais” em Fortaleza, atento para o duplo processo de uso seletivo da epistemologia científica e de esmagamento brutal de epistemologias outras em sua relação com os recorrentes fins da Praia de Iracema. Cruzando saberes da antropologia, geologia, história, política e física, intento perceber como os emaranhados de agências entre humanos e não humanos geram o eterno retorno da Praia de Iracema, trazendo à tona as racionalidades irracionais de tempos humanistas.
Palavras-chave: ruínas; “crimes sexuais”; alterações costeiras; racionalismo científico