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A “política dos terreiros” contra o racismo religioso e as políticas “cristofascistas”

Resumo

O artigo discute os processos de mobilização dos afrorreligiosos em ações contra o racismo religioso e as políticas “cristofascistas”, desenvolvidas por grupos com religiosidade de perfil evangélico-pentecostal. Baseando-se em pesquisas etnográficas, realizadas desde 2008, no Rio de Janeiro, Brasília, Aracaju e Maceió, pretende-se analisar como as estratégias de mobilização se constituem numa modalidade de política “dos terreiros” como um modo de se “fazer política”, que delimitam identidades públicas, trazendo para o debate as denúncias de acirramento e crescimento de violações das religiões de matrizes afro, no plano simbólico - a demonização de suas práticas - ou no plano concreto - a destruição dos terreiros e expulsão dos religiosos de suas casas. Discute-se também como as categorias intolerância, racismo e genocídio fazem parte de uma gramática cívica que busca cobrar do Estado, a partir principalmente das polícias e do judiciário, uma atuação de garantia de direitos, diante de um cenário de extremismo religioso, que se caracteriza por narrativas e ações com vistas à construção de agendas políticas, alimentada por dogmas religiosos - “cristofascismo”, que resultam em atos violentos contra os terreiros.

Palavras-chave:
racismo religioso; mobilização dos afrorreligiosos; política “dos terreiros”; políticas “cristofascistas”; conflitos

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